terça-feira, 13 de setembro de 2016

A história dos videogames parte 3: A Nintendo salva o mercado.Surge o NES,o Master System e o PC Engine

   Olá a todos que acompanham o Canil do Beagle, espero que estejam curtindo o especial sobre a história dos videogames.Eu me amarro em fazer esses especiais, pois tenho a oportunidade de pesquisar e me aprofundar em determinados assuntos.
  Hoje iremos descobrir como uma empresa japonesa fabricante de baralhos salvou o mercado mundial de games, por isso chega de conversa, ajeite-se na máquina do tempo e volte para a era de ouro dos videogames.


sinônimo de videogame nos anos 80

O NINTENDO:

   A Nintendo foi fundada em 1889, por Fusajiro Yamauchi, e inicialmente, produzia cartas de um jogo de baralho japonês chamado hanafuda.

o baralho japonês

   Foi quando Hiroshi Yamauchi, neto de Fusajiro de apenas 21 anos, assumiu o comando da Nintendo que os rumos da empresa mudaram.
   Até a metade da década de 1970,a Nintendo já havia atuado em diversos ramos e pequenos nichos empresariais como uma companhia de táxi e um motel. Após falhar em todas essas aventuras,no final da década de 1970 e começo de 1980 a Nintendo entrou no mundo dos videogames com o Game & Watch, um joguinho eletrônico exibido em um visor de cristal.

o primeiro passo da nintendo nos games

   Um ano antes do "crash de 1984", foi lançado no Japão o console que salvou o mercado:o  Famicom (Family Computer), um console que era muito superior aos videogames americanos.

o famicom

     Os concorrentes Sega Master System e PC Engine eram mais sofisticados do que o Famicom em termos gráficos e sonoros. Sendo assim, por que o console fez tanto sucesso a ponto de dominar 90% do mercado? A receita utilizada pela Nintendo foi simples:

1º : O NES foi lançado quase 3 anos antes de seus principais concorrentes, o que permitiu uma base jogos  gigantesca.

2º : Variedade e qualidade dos jogos, graças a contratos de exclusividade com outras softhouses como: Konami, Capcom, Enix, Sunsoft, Taito, Square e muitas outras.

3º : Excelentes times de desenvolvimento interno, responsáveis por franquias da própria empresa como: Mario, Zelda, Metroid e muitos outros.






clássicos inesquecíveis 

A NINTENDO CHEGA NOS ESTADOS UNIDOS:

    Antes de entrar no concorrente mercado americano, a Nintendo tentou vender a comercialização de seu Famicom para a ATARI um ano antes do "Crash de 1984",a empresa americana recusou  a proposta, fico imaginando os rumos da história dos videogames se isso tivesse ocorrido.
    A Nintendo então, resolveu introduzir por meios próprios o console no mercado americano em 1985, com novo nome: Nintendo Entertainment System ou NES e "design" totalmente remodelado, abandonando o visual de brinquedo e se parecendo mais como um produto de informática.Os americanos logo abraçaram o NES uma vez que seus jogos complexos, com histórias e gráficos espetaculares em nada lembravam o Atari.
   Surgia então o grande responsável pela recuperação do mercado mundial de videogames.

o novo visual e novo nome

    Nos Estados Unidos o Marketing da Nintendo foi tão agressivo quanto no Japão,para contar as novidades para seus consumidores foi lançada em 1988, a primeira edição da revista Nintendo Power, a revista oficial da Nintendo no país,ela era o complemento perfeito para os fãs do NES.

a histórica nintendo power 1

    Na televisão foram produzidos dois desenhos animados:Super Mario Bros Show, que mostrava as peripécias do herói da Nintendo e capitão N que contava a história de um jogador que entrava no mundo da Nintendo e interagia com personagens como: megaman, simon belmont e kid iccarus.

 
nintendo pra criançada

  O auge do Marketing da Nintendo nos Estados Unidos foi o lançamento nos cinema do filme: O Mago dos Videogames, uma espécie de Rain Man infantil, onde um garoto fugia de casa para levar seu irmão especial para um campeonato de videogames, o filme serviu para apresentar ao público americano o jogo Super Mario Bros 3.

o filme da nintendo

A  NINTENDO NO BRASIL:

    Por incrível que pareça inicialmente a Nintendo não chegou ao Brasil de forma oficial, por causa da Lei de Reserva de Mercado, que ainda existia no Brasil na década de 1980, não havia videogames importados no país. Neste cenário, enquanto a Sega firmou parceria  com a Tectoy, a Nintendo não se importou inicialmente com o Brasil.
     Empresas brasileiras, como Gradiente, Dynavision e CCE, simplesmente criaram e fabricaram consoles compatíveis com o NES, além de cartuchos e acessórios. Surgindo assim a expressão famiclone ou nintendinho.




propagandas dos clones do nintendinho

Os principais clones de nintendinho que existiram no Brasil foram:

Dynavision 2:


   Foi o primeiro console compatível com o NES lançado no Brasil, em maio de 1989, pela Dynacom, iniciando a febre do NES no país.

Dynavision 3:


   A Dynacom lançou em 1991 a terceira versão de seu console. O sistema agora tinha o mesmo double system (encaixe para os dois padrões de cartuchos) da CCE. Os joysticks melhoraram muito, com recursos de turbo .

Bit System:


   O Bit System é o clone brasileiro mais parecido com o NES norte-americano. O aparelho foi lançado em 1989. Possuia uma pistola e cartuchos próprios, mas aceitava os controles originais do NES e cartuchos de 72 pinos.

Phantom System:


   O Phantom System foi de longe o clone de Nintendinho mais famoso da época. Ele foi fabricado pela Gradiente ,que viria a representar a Nintendo aqui no Brasil no futuro.

Top Game VG 9000:


   O VG9000 da CCE foi o primeiro console nacional a possuir entrada para os dois padrões de cartuchos (60 e 72 pinos), que o tornou bastante popular. Após o seu lançamento, muitas empresas copiaram a ideia.

Turbo Game:


   Evolução do Top Game VG 9000, o Turbo Game manteve as duas entradas de cartuchos (72 e 60 pinos) e controles parecidos com os do rival Phantom System, mas curiosamente invertidos.

HI TOP GAME:


   O console era o mais barato e simples entre todos os famiclones do mercado,ainda oferecia cartuchos inéditos, licenciados pela AVE. Os botões Start e Select se localizavam no console.

Super Charger:


   O Super Charger foi lançado em 1990 e imitava o design do Famicon original, com encaixe para os controles na lateral. O console possuia um botão para ejetar os cartuchos de 60 pinos. 

Pro System 8:


   O ProSystem-8 foi lançado em 1994 e possuía um design parecido com o do Super Famicon. O console possuia funções turbo e câmera lenta.

Geniecon:


    Compatível apenas com o padrão americano, possuía uma peculiaridade interessante: tinha um Game Genie embutido. Um recurso realmente bastante tentador para aqueles que adoravam trapacear nos jogos.

60 ou 72 pinos? :

os modelos de cartuchos e o adaptador

   Quem viveu a febre do NES e seus clones no Brasil provavelmente se lembra de um aspecto fundamental: cartuchos de 60 ou 72 pinos. O padrão americano, com 72 pinos, com fitas maiores, foi o mais popular no Brasil, enquanto o padrão japonês do Famicon, com 60 pinos, tinha cartuchos mais compactos muito comuns nas videolocadoras. Havia clones do Nintendinho com suporte para ambos os formatos, além de adaptadores para o padrão de 60 pinos.

A CHEGADA OFICIAL DA NINTENDO NO BRASIL:

   A Nintendo chegou oficialmente ao Brasil apenas no ano de 1993 através da Playtronic Industrial Ltda., uma união entre as empresas Gradiente e Estrela. A Playtronic, foi inclusive a primeira e única empresa a montar produtos Nintendo fora do Japão.

anuncio da chegada da nintendo no país

    O NES original da Playtronic não fez muito sucesso no Brasil, isso aconteceu porque o lançamento oficial foi bem tardio. 

propaganda oficial da nintendo

   A febre do NES no Brasil iniciou em 1989 com a chegada do primeiro 'clone', e se estendeu até cerca de 1993, exatamente quando os consoles de 16-bit já ferviam o país, portanto quase ninguém dava bola para o 8 bits da Nintendo e aqueles que não podiam compra um console de 16 bits compravam os clones que eram mais baratos.

 O MASTER SYSTEM:

    De olho no promissor mercado de videogames domésticos, a gigante japonesa dos Arcades, a Sega, decidiu finalmente lançar um console em 1986 para competir com o Famicom,intitulado Master System, o console tinha  um visual moderno, gráficos melhores do que os da concorrência e um poderoso chip de som. 

o poder da sega 

     O problema era que praticamente todas as softhouses da época já tinham contratos assinados com a Nintendo e estavam produzindo para o NES. A Nintendo impôs uma cláusula contratual que exigia das produtoras exclusividade no desenvolvimento de jogos para o NES. 
    Com isso,apesar de espetaculares e muita das vezes superior aos jogos do Famicom, o Master System não era páreo para Mario, Zelda, Castlevania, Megaman e companhia.






eram bons mas não davam conta do nes 

O MASTER SYSTEM NOS ESTADOS UNIDOS:

   O Master System não teve a menor chance encerrando suas atividades no país do Sol Nascente dois anos depois do seu lançamento.A sega não se deu por vencida e tentou entrar no mercado norte americano.
   O problema era que assim como no Japão, o NES dominava 90% do mercado americano,pra piorar a situação, a estratégia da empresa foi completamente equivocada,a Sega fez um acordo de licenciamento do Master System com a Tonka Toys, na esperança de obter uma melhor distribuição do console através das diversas cadeias de lojas dos EUA. 

o master americano

   Pra azedar de vez a situação, as outras lojas ficaram descontentes com essa atitude e boicotaram o Master System, o departamento de marketing da distribuidora de brinquedos, infelizmente, não entendia nada de videogames, lançando jogos ruins no mercado e deixando os poucos bons lançamentos de lado. 
    O console da Sega teve uma vida melhor na Europa,Austrália,Coréia do Sul e principalmente no Brasil,onde foi lançado em 1989 pela Tec Toy graças a competência da empresa brasileira que trouxe os melhores jogos e deu suporte adequado aos usuários. 

O MASTER SYSTEM NO BRASIL:

    No Brasil a história do master system foi completamente diferente,pode-se dizer que apesar de ter nascido no Japão, foi no Brasil que ele encontrou um lar para se estabelecer definitivamente,criando uma enorme base de fãs fiéis, ele foi lançado oficialmente no país em setembro de 1989 pela empresa brasileira TEC TOY, que licenciava a fabricação de consoles da Sega.

o master system da tec toy

 À época do lançamento,o Master System foi considerado um sucesso de vendas, o êxito é atribuído aos fortes investimentos publicitários da Tec Toy: a campanha de lançamento se estendeu até o Natal de 1989; A empresa também trouxe para o país a Hot Line, serviço telefônico com dicas para jogos, criou um clube para sócios, o Master Clube e apresentava o quadro Master Dicas nos intervalos da Sessão Aventura da Rede Globo.

um raro vídeo da sessão master dicas

    A Tec Toy investia pesado nas campanhas publicitárias,todas as revistas de games da época tinham propaganda dos games e consoles da Tec Toy. Algumas eram propagandas originais, feitas aqui no Brasil mesmo, outras eram propagandas americanas, só que traduzidas para o português.

propaganda de jogos do master system

   Devido ao sucesso estrondoso, o mercado brasileiro recebeu adaptações de vários títulos, desde traduções dos nomes, como Califórnia Games, que virou Jogos de Verão no Brasil, a alterações mais complexas, com a troca de personagens (geralmente através da substituição de sprites) para atender a licenciamentos especiais no Brasil, entre esses destacam-se Mônica no Castelo do Dragão, além disso, a Tec Toy converteu vários jogos do portátil Game Gear para o master, aumentando ainda mais a biblioteca de jogos disponíveis,alguns desses jogos eram conversões de jogos europeus.Uma das maiores surpresas foi a conversão de Street Fighter II para o master system com o recorde de incríveis 8Mb lançado SOMENTE NO BRASIL juntamente com um controle de 6 botões parecido com o do Mega Drive.


sobrevida do master no Brasil

 O PC ENGINE:

     A gigante japonesa NEC lançou em 1987 o PC Engine para superar as vendas do FAMICOM e a ousadia tinha base: qualidade gráfica superior e grandes jogos.

o poderoso da nec

     O console era equipado com 2 processadores de 8 bits, além de uma poderosa placa de vídeo de 16 bits,resultado: o PC Engine chegou a passar as vendas do FAMICOM.O suporte ao PC Engine só não foi maior, devido ao contrato de exclusividade que a Nintendo tinha com as produtoras da época.



grandes adaptações e gráfico belíssimos

  Além disso, o PC Engine foi o primeiro videogame a trazer um drive de CD-ROM que permitia ao console ler jogos gravados em CDs.

o pc engine cd

  A vantagem dos jogos em CDs é que eles possuíam gráficos espetaculares, som magnífico e até mesmo apresentação de pequenos filmes no meio dos jogos.


  
gráficos perfeitos e "filminhos"

   O PC Engine resistiu bravamente no Japão onde só foi superado por volta de 1995 no auge do Super Nintendo e com o lançamento do Saturn e do Playstation.
    Bem é isso ai pessoal, espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre a era dos videogames de 8 bits, e matado a saudade desse período no Brasil. Na próxima parte do especial iremos conhecer os consoles de 16 bits e a famosa guerra Sega X Nintendo, até lá!












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