quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Os 80 anos do Superman parte 3: O Superman de Roger Stern e Jerry Ordway


     Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a 3ª parte do especial dos 80 anos do Superman. Na postagem de hoje irei abordar uma das fases mais importantes do herói, que começou imediatamente após a saída de John Byrne do título, quando Roger Stern e Jerry Ordway assumiram os títulos do Homem de Aço e resgataram alguns elementos Pré-Crise.
  
o gladiador de aço

OS ARTISTAS:

JERRY ORDWAY:


     Desenhista e roteirista americano, atuou tanto pela Marvel Comics quanto pela DC Comics, seu maior trabalho com certeza foi a reformulação do Capitão Marvel (o SHAZAM, não confundam com o Capitão da Marvel que morreu de câncer), nos anos 90 após a saga Zero Hora, para muitos a fase definitiva do herói.
  ROGER STERN :


     Um dos grandes roteiristas dos quadrinhos de super-heróis, trabalhou tanto para a Marvel Comics quanto para a DC Comics. Entre seus maiores trabalhos se destacam: A Saga do Uniforme Negro do Homem-Aranha, Vingadores Sob Cerco, Doutor Estranho e Doutor Destino: Triunfo e Tormento,  Vingadores VS X-men e segundo John Byrne ele teve grande participação nos roteiros de X-men quando o canadense formava uma dupla com Chris Claremont. “Roger e eu fazíamos as coisas de um jeito para que Chris pensasse que eram idéias dele, mas assumi o controle de 85% da série”, enfatizou polemicamente Byrne à revista “Comics Interview” n° 86, em 1990, essa entrevista saiu no Brasil na Wizard número: 4 da editora GLOBO em 1996. 

O PREDADOR DE METRÓPOLIS:

    Logo após a saída de Byrne ao final do polêmico arco da Supergirl, Stern e Ordway foram convocados para dar um jeito no Superman, tanto os leitores quanto a própria DC Comics não ficaram satisfeitos com o final da trama onde o herói mata a sangue frio os criminosos kriptonianos.

juiz, juri e carrasco

     Nos meses seguintes, o Superman se culpava por ter matado Zod e seus seguidores, ao mesmo tempo ele tinha que lidar com um violento vigilante que surgiu em Metrópolis: O predador.

espancando bandidos

    Sem saber como capturar o espancador de criminosos, o Homem de Aço pede a ajuda do herói Guardião, após muita investigação o Guardião acaba descobrindo que o Predador e o Superman eram a mesma pessoa.

a dramática revelação

      Na verdade, devido ao remorso por ter assassinado os vilões de Krypton, Superman havia criado uma segunda personalidade e não se lembrava de suas ações em claro surto esquizofrênico.
   Com medo do que poderia fazer fora de controle e para exorcizar seus demônios internos o herói decide se exilar no espaço.

SUPERMAN EXILADO:

     Essa foi uma das mais emblemáticas fases do Superman, lembrada com carinho pelos fãs. Durante o período em que agia como o Predador, a Terra sofreu uma Invasão de uma aliança alienígena, Superman ajudou na batalha mas ao fim da guerra se exilou no espaço.   

indo embora da terra

    Superman acabou vagando pelo cosmo e entrou em contato com várias raças de outros planetas e principalmente o Clérigo, um ser que guardava uma relíquia de Krypton: o Erradicador, que iria causar muitos problemas ao herói.

clérigo e o erradicador

O GLADIADOR DO ESPAÇO:

    Em suas viagens pelos confins do espaço, o herói acabou sendo capturado pelo tirano alienígena Mongul, em sua reformulação Pós-Crise.

mongul pós-crise

    Esse ditador  espacial controlava o Mundo Bélico, um planetóide artificial, dotado de autopropulsão e um gigantesco arsenal que capturava pessoas no espaço para lutarem em arenas de batalhas.

o mundo bélico

    No Mundo Bélico, Superman é obrigado a lutar em uma arena como os antigos gladiadores romanos, para a diversão de Mongul e da população do planetóide.

super maximus


     O Homem de Aço vai vencendo todas as lutas, até ser obrigado a lutar um duelo de vida ou morte com Draaga, o campeão de Mongul, o Herói se recusa a matar seu adversário, o que faz com que o tirano interfira na luta e tente matar o Superman. Os dois lutam ferozmente e Superman acaba tendo a ajuda de Draaga, que se sentiu humilhado por não ter sido morto em combate.

a loucura de mongul

   Ao final, Mongul é derrotado e deposto, o herói reencontra o Clérigo que falece em seus braços, exorciza seus demônios internos e resolve retornar para a Terra com o aparelho Erradicador.

superman com o erradicador nas mãos

CLARK KENT NA TERRA?

    Enquanto o Superman estava exilado no espaço, Clark Kent trabalhava tranquilamente no Planeta Diário, mas como isso era possível?  Na verdade antes de se exilar, o Homem de Aço pediu para que Matriz/Supergirl assumisse a sua aparência, pois seria impossível justificar o sumiço do repórter.

matriz como clark kent

    Matriz era um ser transmorfo criado pelo Lex Luthor do universo compacto e que podia assumir qualquer aparência, mesmo debilitada ela concordou com a ideia do Superman, porém isso acabou levando ela a um colapso nervoso.

DE VOLTA A TERRA:

   Depois de uma longa ausência, o Homem de Aço retornou triunfante para Metrópolis, onde enfrentou a intergangue e o demônio conhecido como Gancho.
retorno triunfante

     Em Pequenópolis ( nunca entendi essa bizarra tradução para Smallville), Matriz acaba surtando e assume a identidade do Superman com uma roupa marrom, ameaçando a vida dos pais de Clark.

matriz surtando

      O verdadeiro herói acaba confrontando a transmorfa, que recupera a sanidade e decide também se exilar no espaço.

  A VOLTA DA FORTALEZA DA SOLIDÃO:

    Um dos conceitos mais bacanas do Superman e que fora abandonado na reformulação de John Byrne foi a Fortaleza da Solidão, um esconderijo no Ártico, onde o herói mantinha um memorial ao planeta Krypton.

a fortaleza da solidão pós-crise

    Stern e Ordway resolveram criar a versão Pós-Crise da Fortaleza, agora ela havia sido criada pelo Erradicador, o aparelho havia acumulado toda a cultura do planeta natal do Superman e resolveu criar uma ambiente dedicado a  memória Krypton, onde Kal-El poderia estudar sua antiga cultura.

SALVANDO A BAGUNÇA DE BRAINIAC:

    Talvez o maior erro da reformulação de John Byrne foi o vilão Brainiac, ele virou uma fusão de um paranormal terrestre com as memórias de um alienígena, com um visual que não lembrava nenhuma das versões anteriores de um dos maiores inimigos do Superman.

até byrne erra

    Stern e Ordway tentaram resolver esse problema, eles criaram uma parceria entre Brainiac e Lex Luthor, o vilão paranormal conseguiu convencer o bilionário corrupto a produzir um corpo artificial com base em um dos corpos do vilão Metallo. 

buscando um novo corpo

     A experiência tem sucesso e Brainiac acaba transferindo a sua mente para um novo corpo de pele verde e plugues na cabeça que lembram o visual clássico do vilão.

pele verde e plugues na cabeça

    Ao mesmo tempo, secretamente, Brainiac constrói uma nave em forma de caveira, ataca o Superman e foge para o espaço.
a volta da nave caveira

     Posteriormente, Brainiac retorna para atacar a Terra na saga Pânico nos Céus e foi preciso a união de todos os heróis do planeta para derrotar o vilão.

 FRIO COMO UM KRYPTONIANO:

     Após a construção da Fortaleza da Solidão, o Erradicador passou a interferir na mente do Superman, deixando-o cada vez mais frio, como um verdadeiro Kryptoniano. O herói abandonou seu uniforme tradicional e passou a usar um traje tradicional de Krypton.

o traje kryptoniano

    Ficando cada vez mais violento, o Homem de Aço quase assassinou Lobo e Draaga na lua da Terra.
   Preocupados com o comportamento do filho, Jonathan e Martha resolvem visitar Clark, que passa a agir completamente como um habitante de seu planeta natal.

frio como um alienígena

    O Homem de Aço leva os pais para a fortaleza da Solidão, onde descobrem que o Erradicador estava manipulando a mente do herói. Com a ajuda do pai, Superman consegue destruir o aparelho kryptoniano e depois o joga no Sol.

 A SAGA DA KRYPTONITA VERMELHA:

   Outra grande mudança feita por John Byrne foi acabar com as Kryptonitas de cores variadas, agora existia apenas uma única de cor verde , que enfraquecia o Superman e poderia até matar o herói.

as kryptonitas pré-crise

    Nessa nova saga Lex Luthor acaba firmando uma parceria com o Sr. Mxyzptlk, o duende da 5 ª dimensão fornece ao vilão uma pedra de cor rubra que ele batiza de Kryptonita Vermelha.

a kryptonita vermelha

     Ao entrar em contato com o minério o Homem de aço perde seus poderes e  precisa continuar combatendo o crime.

perdendo os poderes

     O Superman conta com a ajuda do cientista Emil Hamilton, do Guardião e do herói transmorfo Starman. o Professor Hamilton constrói uma armadura especial para que Clark possa encarar um supervilão, enquanto Starman assume a sua aparência e seu poder de voo para ludibriar Luthor.

superman de armadura

   Assim como os poderes haviam sumido, o Homem de Aço recobra eles e volta com tudo para desespero de Luthor. Superman descobre que o responsável pela confusão foi Mxyzptlk e parte com tudo para cima do duende, que assume uma forma monstruosa é derrotado e some.

A MORTE DE LEX LUTHOR:

    Durante a fase de John Byrne, Lex Lutor esculpiu um anel de Kryptonita que impedia que o Homem de Aço se aproximasse do vilão.

o anel de kryptonita

     O grande problema é que o minério era radioativo e contaminou a mão de Luthor, obrigando o bilionário a amputa - lá.

perdendo a mão

     Luthor passou a usar uma mão biônica escondida por uma luva, o anel de Kryptonita foi perdido e posteriormente recuperado pelo Superman, que deixou aos cuidados de Batman em um cofre na batcaverna.

entregando o anel de kryptonita para o batman

     Com o passar do tempo, Luthor descobriu que o tumor de sua mão havia se espalhado pelo corpo todo, o vilão então decide se matar jogando um caça experimental  que pilotava em uma montanha. 
a morte de lex luthor

    Na verdade, existia um propósito muito maior nesse suicídio, mas irei falar disso apenas em uma postagem futura.

O PEDIDO DE CASAMENTO E A REVELAÇÃO DA IDENTIDADE:

   Roger Stern e Jerry Ordway foram os responsáveis por uma das maiores mudanças no status quo do Superman, após a saga da Kryptonita Vermelha, Clark Kent decidiu pedir Lois Lane em casamento, o que é prontamente aceito pela repórter.

finalmente o pedido de casamento

    Pouco tempo depois, a vilã Banshee prateada ataca o apartamento de Clark na frente de Lois, após derrotar a vilã, o repórter toma a decisão mais importante de sua vida e revela sua identidade para amada.
o momento histórico

    Inicialmente Lois não aceita a revelação, com medo de perder seu amado, porém ela caba aceitando que seu amor é o maior protetor da Terra.

    De maneira bombástica, "encerra-se" essa espetacular fase do Superman. Roger Stern e Jerry Ordway ainda continuariam a escrever as histórias do herói, porém quem começava a se destacar como o principal roteirista e desenhista do Homem de Aço nessa época era um jovem chamado Dan Jurgens que seria responsável pelo herói por toda a década de 1990, mas isso é tema para uma outra postagem.

ONDE SAIU NO BRASIL?

   No Brasil, a fase de Rogers Stern e Jerry Ordway começou em Super-Homem número:71 da editora ABRIL e "terminou" na edição de número:109.

o começo e o "final" da fase

   O arco exilado no espaço, saiu nas edições de número: 79 a 86 e com o retorno triunfal do herói a Terra na edição: 87 da revista Super-Homem da editora ABRIL.




 
o arco exilado no espaço

    Bem, é isso pessoal, espero que tenham gostado de conhecer um pouco dessa fase que recuperou alguns elementos clássicos do Superman, mudou outras coisas e que é lembrada com muito carinho pelos leitores. Em breve irei trazer mais uma parte do especial de 80 anos do Superman, fique ligado e até a próxima.   


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A trajetória do Batman nas bancas brasileiras

    Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a mais uma postagem especial do Canil do Beagle. Ano passado fiz uma postagem abordando a trajetória do Homem-Aranha nas bancas brasileiras (AQUI), um dos leitores do blog falou que seria interessante abordar a evolução do Batman em bancas tupiniquins, portanto atendendo a pedidos vamos conhecer a trajetória do Batman pelas editoras brasileiras.


o cavaleiro das trevas por diversas editoras

BRUNO MILLER DE RIACHO DOCE:

    O Batman sempre foi um dos heróis de maior sucesso da DC Comics, desde a sua estréia em 1939 e acabou seguindo a mesma trajetória vitoriosa no Brasil, o homem morcego  fez sua estréia em nosso país já no ano seguinte, em Dezembro de 1940,  no suplemento O Lobinho número: 7, publicado pela editora Grandes Consórcios de Suplementos Nacionais do jornalista Adolfo Aizen.

a estréia de batman

    No Brasil, o personagem passou por uma tradução bizarra, a sinistra Gotham City foi batizada com o simpático nome de Riacho Doce e Bruce Wayne foi chamado de Bruno Miller. 

bruce way..ops...bruno miller

   No ano de 1945, Batman passou a ser publicado na revista O Guri e posteriormente algumas histórias saíram  no Globo Juvenil até o personagem ir definitivamente para a EBAL.

batman em o guri

 AS DIVERSAS SÉRIES PELA EBAL:

   Após um começo confuso em nosso país, Batman e os demais heróis da DC Comics migraram para a editora EBAL. O Cavaleiro das Trevas teve a sua primeira revista publicada no ano de 1953.

 a estréia de batman na ebal

    Uma prática curiosa a respeito da EBAL e que a diferenciava das outras editoras era a numeração de suas revistas, quando uma determinada revista chegava ao número 100, ela era cancelada e reiniciada a partir do número 1, sendo taxada de 1ª, 2ª, 3ª série assim por diante, o Batman teve ao todo 4 séries de revistas mensais.

Primeira Série (1953-1961) :
   A editora EBAL lançou a primeira série do Batman em Março de 1953. A série era publicada em formato americano, em preto e branco, com histórias típicas do período: leves e simplórias e teve a numeração interrompida no número 100, em Junho de 1961.


histórias leves e inocentes

Segunda Série (1961-1969) :

     A  nova série continuou a ser publicada mensalmente, nos mesmos moldes da série anterior, nessa fase tivemos a estréia da Batgirl. A revista foi novamente zerada quando chegou à centésima edição, em Outubro de 1969.


a estreia da batgirl

Terceira Série (1969-1977):

    Para muitos fãs essa foi a melhor série publicada pela EBAL, essa série trouxe muitas histórias produzidas por Neal Adams, ela apresentava um Batman muito mais sombrio, enfrentando um violento Coringa, o sinistro Morcegomen (o Morcego Humano), além de mostrar os primeiros confrontos com Ra's Al Ghul.
    Ao contrário das duas séries anteriores, essa teve a sua numeração interrompida na edição de número 89, em Março de 1977.


o batman sombrio de neal adams

Quarta Série (1977-1979) :

    A última série do homem-morcego pela EBAL teve o seu primeiro número lançado em Abril de 1977. Essa nova série apresentou aos fãs a elegante fase de Marshall Rogers, nessa época o mercado de HQs estava com sérias quedas nas vendas. A sua última edição foi a número 29, publicada em Dezembro de 1979.


a elegante fase de marshall rogers

Série Formatinho (1976-1983) :

     Essa série que começou a ser publicada paralelamente com a terceira, e também com a Quarta, é mais conhecida como "Série Formatinho", por conta do formato diferente das demais. Ela teve a sua primeira edição lançada em Junho de 1976 (quando a terceira série estava na edição 80), e terminou de forma definitiva com os títulos do Batman no número 70, em Outubro de 1983, mês em que foram publicadas as últimas edições dos super-heróis da DC Comics pela EBAL.


batman em formatinho

Série Bimestral (1965-1977) :

    Lançada paralelamente a série mensal, apresentava diversas histórias do Batman, desde o período mais simplório até a fase mais sombria.


até hoje esse título rende piadinhas...

Batman em Cores (1969-1976) :

    A EBAL só começou a publicar histórias coloridas apenas no final dos anos de 1960 e começo de 1970. A revista do Batman trazia na maioria das vezes histórias da série norte americana The Brave and the Bold, onde o Homem-Morcego formava uma dupla com os mais variados personagens da DC.


finalmente histórias coloridas

     A série colorida fez tanto sucesso que a revista foi relançada em edições de luxo, com uma capa especial com o título: Tudo em Cor.

a edição de luxo

Almanaques e edições especiais (1969- 1983) :

      Uma tradição da EBAL era publicar almanaques dos heróis da DC, normalmente eram edições com o dobro de páginas e lançadas na época das férias escolares que faziam a alegrIa da garotada.


os tradicionais almanaques

   Outra tradição mantida pela EBAL foram as edições especiais e extras que primavam pela qualidade das edições, essa tradição se manteve até o final das publicações da DC Comics pela editora.


 
as edições extras da ebal

AS VÁRIAS PUBLICAÇÕES NA EDITORA ABRIL:

     A História do Batman na editora ABRIL começou no segundo semestre do ano de 1984, quando ela adquiriu os direitos de publicação da DC Comics. Na verdade, a situação na EBAL era insustentável, as vendas estavam em baixa e a qualidade das publicações eram terríveis (basta ler os comentários nas sessões de carta das primeiras revistas da ABRIL), a editora dos Aizen resolveu jogar a toalha e coube a editora de Victor Civita assumir os rumos da DC Comics em nosso país.
   O Homem-Morcego talvez tenha sido a maior estrela da DC na ABRIL, mas nem por isso ele saiu ileso de problemas na editora; ele foi o personagem que teve o maior número de títulos publicados e cancelados: foram ao todo 7 séries mensais lançadas no período.

Primeira Série (1984-1985) :

    O homem morcego estreou em revista própria no mês de Julho de 1984, a sua primeira  revista era em formatinho, colorida e possuía 84 páginas, apresentando vários autores e desenhistas consagrados do "morcegão" entre eles: Denny O'neil, Neal Adams, Len Wein, Bob Haney, Jim Aparo entre outros. Pode-se dizer que essa primeira revista trouxe o melhor do Batman da década de 1970, com histórias sombrias, algumas com o clima de terror, além de destacar o lado detetive do herói. A revista também trazia histórias do Caçador, Alvo Humano, Desafiador, Liga da Justiça e a clássica mega saga Camelot 3000.


o melhor dos anos 70

     Apesar da excelente qualidade das histórias, Batman teve vida curta, durando apenas 10 edições, em uma mudança inexplicável, a editora ABRIL cancelou a revista juntamente com  Heróis em Ação, porém a frustração dos fãs durou pouco, pois as duas foram unidas em uma só publicação chamada Superamigos.

Batman em superamigos:

   Nascida da união das duas revistas canceladas e pegando o nome do desenho que fazia sucesso na época, Superamigos se destacava das demais publicações: tinha 134 páginas, lombada quadrada e de 5 a 7 histórias por edição, em seus primeiros números ela poderia ser comparada a Superaventuras Marvel, tamanha a qualidade de suas histórias.

a estréia de superamigos

   Batman foi um dos principais heróis do título até a edição de número 23, nas páginas de Superamigos tivemos toda a fase de Marshal Rogers publicada, ela é considerada uma das melhores fases do Homem Morcego, além disso tivemos a fase de Gene Colan a frente do Cavaleiro das Trevas e a estréia da nova equipe do Batman: Os Renegados.


sem revista própria

    Após o lançamento da histórica mini-série: O Cavaleiro das Trevas, Batman ganhou uma segunda série no Brasil em Setembro de 1987, com 84 páginas e formatinho.

a histórias minissérie

    A editora ABRIL aproveitou o momento certo, com a reformulação total do personagem após a  mega saga Crise nas Infinitas Terras.

Segunda Série (1987-1988):

    Após o lançamento da mini-série O Cavaleiro das Trevas, Batman ganhou uma segunda série no Brasil. Entre outros eventos, essa nova revista mostrava a origem reformulada de Batman por Frank Miller, Dick Grayson deixando de ser Robin, a estréia de Jason Todd, o segundo Robin, e a fase de Alan Davis.Além disso , ela contava com um mix espetacular com histórias de: Batman, O Sombra, Questão e O Vigilante, apresentando somente heróis urbanos.


o batman pós-crise

    Infelizmente, a segunda revista do Batman também teve vida curta, ela foi cancelada na edição 16 juntamente com a revista Superamigos. No lugar dessas publicações foi lançada a nova revista da Liga da Justiça e o Cruzado de Capa só voltou a ter uma revista mensal no final de 1989, após o sucesso do filme Batman.

Terceira Série (1990-1992) :

   A 3ª série da revista do Batman da editora ABRIL foi  publicada durante a enorme repercussão do primeiro filme do morcego nas telas do cinema. O título teve uma inovação em seu formato, sendo a primeira série regular da editora a ser publicada em formato americano.
   Iniciando na edição zero, lançada como brinde na revista Superalmanaque DC número: 1, Batman 3ª série publicou histórias de Jim Aparo, Alan Grant e de Marv Wolfman.


em formato americano

   Infelizmente, apesar das boas histórias, esta série durou apenas 29 edições antes de ser cancelada em Junho de 1992.

Liga da Justiça & Batman (1994-1996) :

     LJ&B como era carinhosamente chamada foi a nova revista do defensor de Gotham, porém ele dividia o título com a nova formação da Liga da Justiça, o que poderia ser ruim, mostrou-se um trunfo, pois nela é que começou a ser publicada a mega saga: A Queda do Morcego, onde Batman enfrentaria todos os seus inimigos até cruzar com o novo vilão Bane que quebraria sua coluna, Bruce seria substituído por Azrael no papel de Batman, em sua nova versão o substituto criaria um novo traje.


dividindo o título de uma revista

   Curiosamente, apesar de seu nome vir primeiro no título, a Liga da Justiça estrelou apenas cinco capas da revista, que foi cancelada na edição 26 devido a mega saga Zero-Hora.

Quarta Série (1994-1996) :

    Com o sucesso de Liga da Justiça & Batman, a editora ABRIL tratou de lançar uma nova revista própria para o Cavaleiro das Trevas, assim teríamos duas revistas publicando a saga: A Queda do Morcego e o primeiro número foi antológico com o vilão Bane quebrando a coluna de Batman.

quebrando tudo

   Assim como sua irmã mais velha, a revista publicou os desdobramentos da saga mostrando a busca de Bruce pela sua cura, a derrota de Bane, a loucura do novo Batman e a batalha decisiva entre Bruce e seu substituto pelo manto do morcego.


a queda do morcego

    No ano de 1996, a editora ABRIL publicou a saga Zero Hora, que remodelou o universo DC, ao final dela a editora zerou todos os seus títulos.

Quinta Série (1996-2000) :

   Batman passou a estrelar seu quinto título próprio pela editora ABRIL, diferente do anterior que abrangeu apenas a saga: a queda do morcego, a nova revista publicou diversas histórias, além disso foi nesta série que foram publicadas quatro das maiores sagas do Batman nos anos 90: Contágio, O Legado do Demônio, Terremoto e Terra de Ninguém.


grandes sagas

Batman-Vigilantes de Gotham (1996-2000) :

      Revista que substituiu Liga da Justiça & Batman, pela primeira vez o Cavaleiro das Trevas possuía dois títulos próprios na ABRIL, na prática era continuação da 5ª série e saía sempre duas semanas depois da irmã mais velha.


a revista irmã

       Batman Vigilantes de Gotham trouxe várias boas histórias, além das mega sagas dos anos 90.

Sexta Série (2000-2002):

    Com a linha Premium, a editora ABRIL abandonou o formatinho, adotando o formato americano, capa cartonada e papel especial, todo esse luxo teve uma consequência: o valor subiu de R$2,50 para R$9,90. A nova revista publicou a continuação de Terra de Ninguém, após o fim da saga, trouxe novas histórias do Batman.


cara e para poucos 

    Devido ao seu elevado preço para época, a linha Premium foi cancelada e mais uma vez o cavaleiro das trevas viu o fim do seu título.

Sétima Série (2002) :

 

  Após o fracasso da linha Premium, a editora ABRIL retornou com o formatinho, porém com uma qualidade péssima.

lixo puro

    Essa série foi a pior que o Batman teve na editora, papel de péssima qualidade, poucas páginas e histórias ligadas a péssima saga da DC: Mundos em Guerra. Foi cancelada no número: 05 quando a editora perdeu os direitos de publicação da DC Comics.

Batsquad (2002)

    Assim como a 7ª série, serviu para trazer histórias do Batman ligadas a saga Mundos em Guerra e também possuía os mesmos problemas da revista irmã.

outro lixo

Edições especiais, Minisséries e Graphic Novels :

    Na década de 1990, a popularidade do Batman atingiu níveis estratosféricos, principalmente após o filme de 1989, graças a isso o Homem Morcego ganhou diversas edições especiais, Graphic Novels, edições anuais, adaptações de filmes e minisséries, chegando a ter a linha: Um conto de Batman que trouxe 16 minisséries com o herói.



muitas edições especiais

 OS CLÁSSICOS DA NOVA SAMPA:

    Enquanto era publicado pela editora Abril, Batman também teve histórias lançadas pela editora Nova Sampa na série Coleção Invictus, que trazia histórias da era de ouro e de prata.


quadrinhos clássicos

      O  Cruzado de Capa chegou a ganhar duas edições extras com sua batalhas contra o Morcego Humano e Ra's Al Ghul.

edições extras

AS REALIDADES ALTERNATIVAS DA MYTHOS:

      Foi uma das principais concorrentes da editora Abril no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, a editora Mythos trouxe diversas minisséries da linha Túnel do Tempo, mostrando o Batman em diversas épocas da história.


túnel do tempo pela mythos

OUTRAS REALIDADES NA BRAINSTORE:

     Assim como a Mythos, a Brainstore também publicou algumas minisséries do Túnel do Tempo, mostrando outras facetas do Batman, além disso, o herói apareceu em algumas edições da revista DC Millenium.


histórias alternativas


CLÁSSICOS E REVISTAS MENSAIS PELA OPERA GRAPHICA:

    No final dos anos 90 e começo dos anos 2000, diversas editoras pequenas puderam publicar materiais que não interessavam a editora Abril, no caso da Opera Graphica, a editora tratou de trazer minisséries, edições especiais e chegou a publicar duas revistas mensais do Homem Morcego: Batman Saga e Lendas do Cavaleiro das Trevas, que traziam histórias dos anos 70.



variedade de títulos 

OS CLÁSSICOS DA PANINI:

      No ano de 2002, após a editora Abril perder os direitos de publicação da DC Comics no Brasil, a editora italiana PANINI, passou a publicar os títulos do Cavaleiro das Trevas. Inicialmente, a revista possuía um formato maior e capa cartão, nessa primeira fase o destaque é para a saga Bruce Wayne:Assassino?

a estréia pela panini

     A partir da edição de número 09 a revista adotou o formato americano e trouxe a espetacular saga Silêncio elaborada pela dupla Jim Lee e Jeph Loeb.

agora em formato americano

    Graças ao sucesso da revista, Batman ganhou outros dois títulos pela PANINI: Batman Extra e A Sombra do Batman.


novos títulos pela panini

    Ciente que muitas das histórias clássicas do Batman lançadas no Brasil haviam sofrido cortes e modificações e que os leitores antigos agora eram adultos com um relativo poder aquisitivo, a editora PANINI de olho nos velhos leitores investiu pesado em edições que republicavam histórias clássicas pela primeira vez em nosso país no formato original, sem cortes e com nova tradução, era a linha: Grandes clássicos DC, o Homem Morcego estrelou três edições com: Batman ano Um, Contos do Demônio e o Messias.

a volta dos clássicos

   Outra tentativa da PANINI foi o lançamento da coleção: Crônicas ,que trazia pela primeira vez em formato americano as primeiras histórias do Batman em ordem cronológica.

as primeiras histórias

    O Cavaleiro das Trevas ganhou uma coleção comemorativa dos seus 70 anos, com histórias de todas as décadas.


comemoração

    Na editora italiana, Batman ganhou diversas edições especiais em capa dura como: Batman Ano Um, O Cavaleiro das Trevas, A Piada Mortal, Asilo Arkham e Morte em Família.


edições definitivas

    Atualmente,a Panini publica o selo Batman: Lendas do Cavaleiros das Trevas que republica histórias clássicas do homem-morcego por grandes artistas da DC.


clássicos do homem morcego

Os novos 52:

     Em 2012, a PANINI publicou a saga: Flashpoint-Ponto de Ignição que deu origem a nova cronologia dos heróis da editora que foi batizada de NOVOS 52,com isso a PANINI cancelou todas as suas publicações da DC COMICS e começou novos títulos do zero. Batman ganhou duas novas revistas, sendo a principal com o roteiro de Scott Snyder e arte de Greg Capullo.


os novos 52

O Renascimento:

    Com o "Renascimento" da DC Comics, iniciou-se uma nova fase e Batman mais uma vez tem sua numeração reiniciada. A nova revista tem roteiro de Tom King e desenhos de David Finch.

o renascimento

 AS CAPAS DURAS DA EAGLEMOS:

    Seguindo a tendência da SALVAT, a EAGLEMOSS começou a publicar histórias da DC Comics no Brasil no ano de 2015, quando lançou a coleção Oficial de Graphic Novels DC, Batman teve algumas das suas mais importantes histórias republicadas em formato de luxo.


capa dura e lombada

  A EAGLEMOSS também lançou uma mini-coleção do Batman com os arcos terremoto( aqui re-batizado de cataclismo) e terra de ninguém, cada encadernado possuia 494 páginas que formam mais uma lombada desenhada, um verdadeiro tijolo.


a terra de ninguém

     Bem, é isso aí pessoal, espero que tenham gostado de conhecer um  pouco a trajetória do Batman pelas várias editoras desde a sua chegada ao Brasil, apesar dos constantes cancelamentos de suas revistas, uma coisa que sempre permaneceu foi que ele sempre foi um campeão de vendas por onde passou, em breve farei outras postagens dessa maneira, se quiserem mande sugestões. Até a próxima!