quinta-feira, 27 de junho de 2019

Pit Fighter- As lutas digitalizadas nos videogames


     Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a mais uma postagem do Canil do Beagle. Aproveitando a brecha da semana das provas de recuperação, resolvi falar sobre um jogo que desperta paixão e ódio, sem meio termo, que tinha tudo pra revolucionar o mercado de jogos mas acabou eclipsado rapidamente, estou falando dele, o polêmico Pit Fighter.

porrada no submundo

ANTES DE MORTAL KOMBAT EXISTIU PIT FIGHTER:

     Quem já passou da casa dos 35 anos, com certeza jogou Pit Fighter nos fliperamas, lembro até hoje quando vi a máquina pela primeira vez em um bar em Barra de Guaratiba, onde meu avô tinha casa de praia. Em Fevereiro de 1992 eu entrei no bar pra jogar mais uma partida de Double Dragon 3 quando descobri que a máquina havia sido substituída, havia uma multidão em volta do novo jogo e tive até um certa dificuldade em enxergar qual jogo era, mas quando consegui, minha mente explodiu! Eram pessoas de verdade na tela!!!  

imagine um moleque de 10 anos vendo isso em 1992

     Lançado em agosto de 1990, Pit Fighter impressionou a todos, apresentando gráficos com atores digitalizados, efeitos de zoom e umas gotas de sangue quando se atingia o oponente. Onde você já viu isso caro leitor? 

já vi isso antes

     Isso mesmo, antes de Mortal Kombat fazer sucesso, foi Pit Fighter que trouxe o mundo cão para os jogos de luta.

INSPIRADO NOS FILMES DO VAN DAMME:

     Entre o final da década de 1980 e o começo dos anos de 1990, o ator belga Jean Claude Van Damme estava em alta nos cinemas com filmes de Kickboxer, distribuindo porrada para todos os lados. Aproveitando-se dessa onda, Pit Fighter se inspirou em dois filmes do astro: O Grande Dragão Branco e Leão Branco- O lutador sem lei.

a inspiração de pit fighter

     Do primeiro veio a inspiração de um torneio secreto e do personagem Ty (que é a cara do Van Damme), já do segundo filme vieram as lutas clandestinas em garagens, armazéns, canteiros de obras e até em uma piscina vazia. Um prato cheio para os fãs da época.

POUCA HISTÓRIA E MUITA PORRADA:

     Assim como os filmes de Kickboxer que infestavam as locadoras com pouca história e muita porrada, Pit Fighter não possuía um roteiro muito elaborado.

o pouco que se sabe dos personagens

      A história era qualquer coisa, o kick-boxer Ty, o wresttler Buzz e o karateca Kato participam de um torneio ilegal no submundo de uma cidade com o objetivo de derrotar Masked Warrior, o chefão local, para ver quem é o mais forte dos lutadores.

esse é o final do jogo
   
    Ao derrotar Masked Warrior uma chuva de dinheiro cai sobre você e duas bealdades vem ficar com o novo campeão e é isso!.

UM JORNADA AO SUBMUNDO DE UMA CIDADE:

      O submundo decadente da cidade era bem retratado, com lutas rolando em bares pé sujos, estações de metrô, estacionamentos, debaixo de viadutos e no cais do porto.


porrada em todo tipo de lugar

     A platéia que assistia a luta não era nem um pouco amistosa, diferente de todos os outros jogos de luta, aqui se você chegasse muito perto do público poderia levar uma facada, ter um taco de sinuca quebrado nas costas ou ser empurrado de volta para a luta, mundo cão é apelido.

veja a espectadora tentando esfaquear alguém

      Os adversários por sua vez eram tão barra pesada quanto o ambiente: tínhamos um cara com máscara sadomasoquista (o Executor), um membro de gangue (Southside Jim), uma garota de programa (Angel), um motoqueiro (C.C Rider), um Punk (Heavy Metal), um  halterofilista de sunga e correntes (Chaiman Eddie) um louco com roupas militares (Mad Miles) e o chefe final( Masked Warrior).

só gente fina!

    Ao final de cada luta, seu personagem era erguido em uma empilhadeira com uma platéia ovacionando ele. 

o momento da glória

    A cada três lutas rolava uma fase bônus onde você enfrentava um clone e precisava derrubá-lo três vezes.

 a saga do clone

     Se você conseguisse derrubar o seu clone poderia triplicar o dinheiro que havia ganho, mas se perdesse ganhava uma tremenda vaia da plateia.

 AS VERSÕES CASEIRAS DE PIT FIGHTER:

    Como todo sucesso dos fliperamas, não tardou para que Pit Fighter fosse adaptado para os mais variados consoles e computadores:

MEGA DRIVE:

 a melhor conversão

     A melhor de todas as adaptações (para alguns melhor até que o fliperama) , com gráficos muito bons para época (atores digitalizados pré-Mortal Kombat em um console caseiro), quase todos os elementos do arcade foram preservados, a exceção do zoom ( as lutas são em plano aberto) e do metrô que agora fica parado, fora isso é como jogar o fliperama em casa.

AMIGA:

a segunda melhor conversão

      A versão para o computador Amiga da Commodore é a segunda melhor versão de todas, chegando a rivalizar com a versão do Mega Drive, ela possui gráficos muito bons, boa jogabilidade e até os efeitos de zoom estão presentes. Porém, o que não deixa essa versão ser a adaptação definitiva é que não existe interação da platéia e só existe uma única música tocando o tempo todo durante o jogo.

AMSTRAD CPC:

versão horrível 

      Outra versão para computadores da época, porém o velho e fraco Amstrad-CPC não é capaz de reproduzir o jogo de maneira minimamente decente, gráficos quase preto e branco, lento e de jogabilidade ruim. É a pior de todas as adaptações.

ATARI-ST:

bonito mas leeeeeentooooo 

      O computador da Atari também ganhou sua versão de Pit Fighter e ela é bem parecida com a versão do Amiga, porém é extremamente lenta (põe lenta nisso) e cheia de loadings estragando a jogabilidade.

COMMODORE 64:

pit fighter em 8 bits

      O velho computador Commodore-64 também foi agraciado com uma adaptação e ele se saiu melhor que o Amstrad CPC e o Atari-ST, mas isso não é um elogio. O jogo na verdade parece uma versão 8 bits de Pit Fighter, a sensação é de estar em um jogo do Master System ou do Nintendinho, mas não deixa de ser divertido.

PC:

lutas em silêncio

     Mais uma versão idêntica ao Amiga, os gráficos são um pouquinho melhores, porém aqui não existe música tocando durante as lutas, o que é bem decepcionante.

SUPER NINTENDO: 

 uma das piores versões de todas

     Tinha tudo para ser melhor que o Arcade, mas inexplicavelmente é uma das piores versões de todas ( só não é a pior porque existe a versão do Amstrad-CPC). Pit Fighter talvez seja a pior adaptação de um jogo para o Snes.
    Gráficos horríveis, falta de som, jogabilidade ruim, falta de personagens, golpes especiais limitados, falta de continue e censura ( Angel usando calças e blusa longa é o fim).

GAME BOY: 

um pouco melhor que o snes

    O portátil preto e branco da Nintendo também ganhou sua adaptação, diga-se de passagem um pouco melhor que a do Snes(mas não se empolguem), apesar de também faltar lutadores, essa versão possui uma jogabilidade razoável.

LYNX: 

feio, mas melhor que o snes

     Mais feio que bater na mãe, os gráficos do portátil da Atari são medonhos, pra piorar tentaram simular o zoom dos Arcades que deixa tudo pior e confuso, mas possui uma boa jogabilidade (principalmente com o Kato) e tem todos os lutadores, que deixa um pouquinho melhor que o Snes.

MINIGAME:

até minigame teve!

      Na década de 1990, todo jogo de sucesso era convertido para uma versão de minigame portátil pela Tiger Eletronics. Todas eram horríveis e não chegavam nem perto da versão original, mas ela uma alternativa para quem não tinha grana para comprar um Game boy.
      Não cheguei a jogar a versão portátil de Pit Fighter, mas vi vendendo em uma loja quando morava em Natal-RN em 1992.

MASTER SYSTEM: 

simples mas simpático

     No ano de 1995, quando ninguém esperava, foi lançada uma versão para o Master System, que mesmo com toda limitação consegue ser um jogo divertido. Sabendo das limitações do console velho de guerra, saem os gráficos digitalizados e entram os personagens desenhados, apesar de os lutadores serem pequenos, por incrível que pareça quase todos os elementos do fliperama foram preservados, temos todos os lutadores ( aprende aí Snes), cenários bacanas e detalhados, apesar do excesso da cor azul, e até os ground match (luta contra o clone), as únicas ressalvas é que não temos som ambiente durante as lutas, os golpes especiais são limitados e podemos perder continue no ground match.

DA RÁPIDA GLÓRIA PARA O QUASE ESQUECIMENTO:

     Graças aos seus gráficos Pit Fighter ficou famosos rapidamente, tendo matérias em diversas revistas da época tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil. 

o jogo ganhou até capa de revista

      Mas Infelizmente tudo que sobe rápido desce mais rápido ainda, em pouco tempo os defeitos do jogo foram escancarados: jogabilidade travada, dificuldade absurdamente desbalanceada e pouca fluidez dos gráficos.
    Pit Fighter tinha tudo para ser um jogo revolucionário, mas acabou esquecido por muitos jogadores, no ano seguinte ao seu lançamento, Street Fighter 2 chegou para mudar a cara dos jogos de luta e selando o destino da turma de Ty, Buzz e Kato.

a verdadeira revolução

     Pra acabar de vez com as lembranças de Pit Fighter, no final do ano de 1992, Mortal Kombat foi lançado, mudando também a cara dos jogos com atores digitalizados.

quem é pit fighter na fila do pão?

      Houve uma tentativa de fazer uma continuação de Pit Fighter diretamente para o Mega Drive, imagens chegaram a aparecer em algumas revistas da época, o jogo estava em estágio avançado mas por algum motivo o projeto foi abandonado.

a continuação abandonada

      Bem é isso aí pessoal, espero que tenham gostado de relembrar ou conhecer esse clássico dos fliperamas que nos deu a oportunidade de descer a porrada na vagabundagem sem correr risco algum, em breve trarei uma nova postagem sobre jogos pouco lembrados. Até a próxima



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