Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a mais
uma postagem do Canil do Beagle. Aproveitando a
brecha da semana das provas de recuperação, resolvi falar sobre um jogo que
desperta paixão e ódio, sem meio termo, que tinha tudo pra revolucionar o
mercado de jogos mas acabou eclipsado rapidamente, estou falando dele, o polêmico
Pit Fighter.
porrada no submundo
ANTES DE MORTAL KOMBAT EXISTIU PIT FIGHTER:
Quem já passou da casa dos 35 anos, com
certeza jogou Pit Fighter nos fliperamas, lembro até hoje quando vi a máquina
pela primeira vez em um bar em Barra de Guaratiba, onde meu avô tinha casa de
praia. Em Fevereiro de 1992 eu entrei no bar pra jogar mais uma partida de
Double Dragon 3 quando descobri que a máquina havia sido substituída, havia uma
multidão em volta do novo jogo e tive até um certa dificuldade em enxergar qual jogo era, mas quando consegui, minha mente explodiu! Eram pessoas de verdade na
tela!!!
imagine um moleque de 10 anos vendo isso em 1992
Lançado em agosto
de 1990, Pit Fighter impressionou a todos, apresentando gráficos com atores
digitalizados, efeitos de zoom e umas gotas de sangue quando se atingia o
oponente. Onde você já viu isso caro leitor?
já vi isso antes
Isso mesmo, antes de Mortal Kombat
fazer sucesso, foi Pit Fighter que trouxe o mundo cão para os jogos de luta.
INSPIRADO NOS FILMES DO VAN DAMME:
Entre o final da década de 1980 e o começo dos anos de 1990,
o ator belga Jean Claude Van Damme estava em alta nos cinemas com filmes de
Kickboxer, distribuindo porrada para todos os lados. Aproveitando-se dessa
onda, Pit Fighter se inspirou em dois filmes do astro: O Grande Dragão Branco e
Leão Branco- O lutador sem lei.
a inspiração de pit fighter
Do primeiro veio a inspiração
de um torneio secreto e do personagem Ty (que é a cara do Van Damme), já do
segundo filme vieram as lutas clandestinas em garagens, armazéns, canteiros de obras e até em uma piscina vazia. Um prato cheio para os fãs
da época.
POUCA HISTÓRIA E MUITA PORRADA:
Assim como os filmes de Kickboxer que infestavam as
locadoras com pouca história e muita porrada, Pit Fighter não possuía um
roteiro muito elaborado.
o pouco que se sabe dos personagens
A
história era qualquer coisa, o kick-boxer Ty, o wresttler Buzz e o karateca
Kato participam de um torneio ilegal no submundo de uma cidade com o objetivo
de derrotar Masked Warrior, o chefão local, para ver quem é o mais forte dos
lutadores.
esse é o final do jogo
Ao derrotar Masked Warrior uma chuva de dinheiro cai sobre você e duas bealdades vem ficar com o novo campeão e é isso!.
UM JORNADA AO SUBMUNDO DE UMA CIDADE:
O submundo
decadente da cidade era bem retratado, com lutas rolando em bares pé sujos,
estações de metrô, estacionamentos, debaixo de viadutos e no cais do porto.
porrada em todo tipo de lugar
A platéia que
assistia a luta não era nem um pouco amistosa, diferente de todos os outros
jogos de luta, aqui se você chegasse muito perto do público poderia levar uma
facada, ter um taco de sinuca quebrado nas costas ou ser empurrado de volta
para a luta, mundo cão é apelido.
veja a espectadora tentando esfaquear alguém
Os adversários por
sua vez eram tão barra pesada quanto o ambiente: tínhamos um cara com máscara
sadomasoquista (o Executor), um membro de gangue (Southside Jim), uma garota de
programa (Angel), um motoqueiro (C.C Rider), um Punk (Heavy Metal), um halterofilista de sunga e correntes (Chaiman
Eddie) um louco com roupas militares (Mad Miles) e o chefe final( Masked Warrior).
só gente fina!
Ao final de cada luta, seu personagem era erguido em uma
empilhadeira com uma platéia ovacionando ele.
o momento da glória
A cada três lutas rolava uma fase
bônus onde você enfrentava um clone e precisava derrubá-lo três vezes.
a saga do clone
Se você conseguisse derrubar o seu clone poderia triplicar o dinheiro que havia ganho, mas se perdesse ganhava uma tremenda vaia da plateia.
AS VERSÕES CASEIRAS
DE PIT FIGHTER:
Como todo sucesso dos fliperamas, não tardou para que Pit
Fighter fosse adaptado para os mais variados consoles e computadores:
MEGA DRIVE:
a melhor conversão
A melhor de todas as adaptações (para alguns melhor até que o fliperama) , com gráficos
muito bons para época (atores digitalizados pré-Mortal Kombat em um console
caseiro), quase todos os elementos do arcade foram preservados, a exceção do
zoom ( as lutas são em plano aberto) e do metrô que agora fica parado, fora
isso é como jogar o fliperama em casa.
AMIGA:
a segunda melhor conversão
A versão para o computador Amiga da Commodore é a segunda
melhor versão de todas, chegando a rivalizar com a versão do Mega Drive, ela
possui gráficos muito bons, boa jogabilidade e até os efeitos de zoom estão presentes. Porém, o
que não deixa essa versão ser a adaptação definitiva é que não existe interação
da platéia e só existe uma única música tocando o tempo todo durante o jogo.
AMSTRAD CPC:
versão horrível
Outra versão para computadores da época, porém o velho e
fraco Amstrad-CPC não é capaz de reproduzir o jogo de maneira minimamente
decente, gráficos quase preto e branco, lento e de jogabilidade ruim. É a pior
de todas as adaptações.
ATARI-ST:
bonito mas leeeeeentooooo
O computador da Atari também ganhou sua versão de Pit
Fighter e ela é bem parecida com a versão do Amiga, porém é extremamente lenta
(põe lenta nisso) e cheia de loadings estragando a jogabilidade.
COMMODORE 64:
pit fighter em 8 bits
O velho computador Commodore-64 também foi agraciado com uma adaptação
e ele se saiu melhor que o Amstrad CPC e o Atari-ST, mas isso não é um elogio. O jogo na verdade parece uma versão 8 bits de Pit Fighter, a sensação é de
estar em um jogo do Master System ou do Nintendinho, mas não deixa de ser divertido.
PC:
lutas em silêncio
Mais uma versão idêntica ao Amiga, os gráficos são um
pouquinho melhores, porém aqui não existe música tocando durante as lutas, o
que é bem decepcionante.
SUPER NINTENDO:
uma das piores versões de todas
Tinha tudo para ser melhor que o Arcade, mas inexplicavelmente é uma das piores versões de todas ( só não é a pior porque existe a versão do Amstrad-CPC). Pit Fighter talvez seja a pior
adaptação de um jogo para o Snes.
Gráficos horríveis, falta de som, jogabilidade ruim, falta de personagens, golpes especiais limitados, falta de continue e censura ( Angel usando calças e blusa longa é o fim).
Gráficos horríveis, falta de som, jogabilidade ruim, falta de personagens, golpes especiais limitados, falta de continue e censura ( Angel usando calças e blusa longa é o fim).
GAME BOY:
um pouco melhor que o snes
O portátil preto e branco da Nintendo também ganhou sua
adaptação, diga-se de passagem um pouco melhor que a do Snes(mas não se empolguem), apesar de também
faltar lutadores, essa versão possui uma jogabilidade razoável.
LYNX:
feio, mas melhor que o snes
Mais feio que bater na mãe, os gráficos do portátil da
Atari são medonhos, pra piorar tentaram simular o zoom dos Arcades que deixa tudo
pior e confuso, mas possui uma boa jogabilidade (principalmente com o Kato) e tem todos
os lutadores, que deixa um pouquinho melhor que o Snes.
MINIGAME:
até minigame teve!
Na década de 1990, todo jogo de sucesso era convertido para uma versão de minigame portátil pela Tiger Eletronics. Todas eram horríveis e não chegavam nem perto da versão original, mas ela uma alternativa para quem não tinha grana para comprar um Game boy.
Não cheguei a jogar a versão portátil de Pit Fighter, mas vi vendendo em uma loja quando morava em Natal-RN em 1992.
MASTER SYSTEM:
simples mas simpático
No ano de 1995, quando ninguém esperava, foi
lançada uma versão para o Master System, que mesmo com toda limitação consegue
ser um jogo divertido. Sabendo das limitações do console velho de guerra, saem os
gráficos digitalizados e entram os personagens desenhados, apesar de os
lutadores serem pequenos, por incrível que pareça quase todos os elementos do
fliperama foram preservados, temos todos os lutadores ( aprende aí Snes),
cenários bacanas e detalhados, apesar do excesso da cor azul, e até os ground match (luta contra o clone), as
únicas ressalvas é que não temos som ambiente durante as lutas, os golpes
especiais são limitados e podemos perder continue no ground match.
DA RÁPIDA GLÓRIA PARA O QUASE ESQUECIMENTO:
Graças aos seus gráficos Pit Fighter ficou famosos
rapidamente, tendo matérias em diversas revistas da época tanto nos Estados
Unidos, quanto no Brasil.
o jogo ganhou até capa de revista
Mas Infelizmente tudo que sobe rápido desce mais rápido
ainda, em pouco tempo os defeitos do jogo foram escancarados: jogabilidade
travada, dificuldade absurdamente desbalanceada e pouca fluidez dos gráficos.
Pit Fighter tinha tudo para ser um jogo revolucionário,
mas acabou esquecido por muitos jogadores, no ano seguinte ao seu lançamento,
Street Fighter 2 chegou para mudar a cara dos jogos de luta e selando o destino
da turma de Ty, Buzz e Kato.
a verdadeira revolução
Pra acabar de vez com as lembranças de Pit Fighter, no final do ano de 1992, Mortal Kombat foi lançado, mudando também
a cara dos jogos com atores digitalizados.
quem é pit fighter na fila do pão?
Houve uma tentativa
de fazer uma continuação de Pit Fighter diretamente para o Mega Drive, imagens
chegaram a aparecer em algumas revistas da época, o jogo estava em estágio avançado mas por algum motivo o projeto foi abandonado.
a continuação abandonada
Bem é isso aí
pessoal, espero que tenham gostado de relembrar ou conhecer esse clássico dos fliperamas
que nos deu a oportunidade de descer a porrada na vagabundagem sem correr risco
algum, em breve trarei uma nova postagem sobre jogos pouco lembrados. Até a próxima
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