Olá a todos que
acompanham o blog, sejam bem vindos a mais uma postagem saudosista. Hoje irei
falar sobre um certo estúdio inglês, que trouxe de volta os monstros clássicos em cores vivas, sangue em profusão e mulheres sensuais em decotes generosos.
Estou falando dele, o saudoso Hammer Studios.
monstros coloridos
OS MONSTROS EM PRETO E BRANCO DA UNIVERSAL:
Quando falamos nos
monstros clássicos, a primeira coisa que vem a cabeça dos fãs é a versão dos
estúdios Universal.
a versão mais famosa
Para quem esteve em uma caverna nos últimos 100 anos, a Universal foi um estúdio de cinema norte americano que adaptou para as
telas do cinema entre as década de 1930 e 1940, clássicos da literatura de
terror como: Drácula, Frankestein, a Noiva de Frankenstein, o Lobisomem, a
Múmia, o Monstro da Lagoa Negra, o Homem Invisível, o Fantasma da Ópera, entre
outros.
Devido ao seu
pioneirismo, os filmes foram sucesso de critica e público, marcando no
imaginário popular o visual de suas criaturas.
visual definitivo
Várias sequências foram feitas,
porém assim como tudo tem um auge, os monstros da Universal entraram em
decadência, chegando no fundo do poço com o encontro das criaturas com os
comediantes Bud Abbott e Lou Costelo.
o fundo do poço dos monstros
Depois disso, os monstros foram deixados de lado, pelos
filmes de guerra e de ficção científica B dos anos 50.
O SURGIMENTO DO HAMMER STUDIOS:
Enquanto na
América os monstros entravam em decadência, do outro lado do Atlântico, um
pequeno estúdio inglês preparava uma revolução. Fundado no ano de 1934 pelo comediante
William Hinds, o estúdio Hammer começou de maneira tímida, produzindo alguns
filmes de pouca importância chegando a falência em 1937.
o primeiro logotipo da hammer
O estúdio foi
revitalizado em 1946, quando James Carreras e Anthony Hinds, o filho do
fundador, resolveram produzir filmes de baixo orçamento para preencher os
horários vagos nos cinemas.
hinds e carreras
No ano de 1955, a Hammer produziu o filme: Terror
que Mata, uma ficção científica com uma certa dose de violência.
o filme que mudou tudo
O filme obteve uma bilheteria considerável e o estúdio percebeu que os espectadores se interessaram
pela violência apresentada na tela, ciente disso e com dinheiro suficiente, a Hammer deu um novo e
ousado passo: produzir grandes filmes de terror coloridos.
A CASA DO HORROR GÓTICO:
Os estúdios Hammer
produziram diversos filmes de terror entre 1957 e 1979, sendo seu auge na
década de 1960.
símbolo de qualidade
Para se diferenciar da Universal com seus filmes de terror se
passando na década de 1930, as histórias do estúdio inglês aconteciam no final
do século XIX, sendo bem mais fiéis as obras literárias. Além disso, pela
primeira vez os filmes de terror seriam produzidos em cores vivas, com direito
a muito sangue e violência.
pela primeira vez sangue e em cores
Os filmes de terror do estúdio, se destacaram por criar
algumas características que ficaram marcadas no gênero: castelos imponentes no
alto de um penhasco, florestas fantasmagóricas, pequenas vilas com seus aldeões
assustados e principalmente belas mulheres com seus vestidos coloridos com
longos decotes.
um castelo sinistro em uma floresta sombria
Graças a esses pequenos detalhes que davam um charme a mais, os filmes da Hammer acabaram entrando no imaginário popular.
AS MUSAS DA HAMMER:
Uma das características dos filmes da Hammer, era a presença
de belas mulheres, em vestidos de cores vivas e generosos decotes.
Entre as mais belas
musas que estrelaram os filmes do estúdio inglês se destacam: Veronica Carlson, Suzan
Farmer, Barbara Sheley, Caroline Munro, Melissa Stribling, Madeline Smith, Stephanie
Beacham,Yutte Stensgaard e a maior de todas: a bela Ingrid Pitt.
a musas da hammer e seus decotes
Inicialmente, a sensualidade era apenas sugerida, porém com o
passar dos filmes o tamanho dos decotes foram aumentando, depois as atrizes
começaram a aparecer sem roupa, porém sem jamais perder a sensualidade.
UM PEQUENO ESTÚDIO COM GRANDES IDEIAS:
A Hammer era uma pequena produtora com poucos recursos, mas
isso não impediu que seus filmes tivessem um ar de super-produção, para
contornar esse problema, ela se valeu de diversos truques: utilizava maquetes e
pinturas para representar os castelos e as montanhas, as gravações externas desses lugares eram
feitas em frente a castelos de verdade,
os cenários eram repetidos a exaustão com algumas mudanças.
uma maquete pegando fogo
Outra característica era o elenco
enxuto, que se repetia com uma certa frequência e que tinha como principais estrelas Christopher Lee e Peter
Cushing.
as estrelas do estúdio
Os elegantes atores fizeram tantos filmes juntos, que acabaram ficando conhecidos como os cavalheiros do horror.
A FRANQUIA FRANKENSTEIN:
O primeiro monstro levado as telas pela Hammer, foi a
criatura de Frankenstein com o filme: A Maldição de Frankenstein de 1958.
o pioneiro
O
roteiro foi apenas levemente inspirado na obra de Mary Sheley, nessa versão o
verdadeiro vilão é o barão Victor Frankenstein, interpretado magistralmente por Peter Cushing,
um homem frio, sem escrúpulos, capaz de matar qualquer um para poder conceber
sua criatura.
o verdadeiro vilão
Por falar em criatura, a nova versão do monstro foi
completamente diferente da conhecida até então, devido aos direitos autorais pertencerem a Universal, a
Hammer não pode repetir o visual eternizado por Boris Karloff com sua cabeça quadrada, pele verde e pinos
no pescoço. O estúdio resolveu ser mais fiel a obra literária e a criatura vista no filme era um verdadeiro cadáver ambulante, com pedaços de corpos costurados, sendo
verdadeiramente assustadora.
diferente e assustador
O filme foi um sucesso de bilheteria e isso acabou dando
origem a mais seis filmes: A Vingança de Frankenstein, O Monstro de Frankenstein, ...E Frankenstein Criou a Mulher, Frankenstein Tem que ser Destruído, Frankenstein e
o Monstro do Inferno e por último O Horror de Frankenstein que não foi estrelado por Peter Cushing.
a série Frankenstein
Todos esses filmes eram focados no Barão Frankenstein, que
foi ficando cada vez mais violento e amoral, chegando ao ponto de violentar
sexualmente uma mulher. Outra diferença é que cada filme trazia uma criatura completamente
diferente, chegando ao ponto de nem mesmo termos uma criatura como em ...E
Frankenstein Criou a Mulher; uma vez que o próprio barão era o verdadeiro
monstro da série.
A FRANQUIA DRÁCULA:
A joia da coroa da Hammer era a franquia Drácula, estrelada
por Christopher Lee, graças ao seu jeito imponente e assustador, o ator logo ficou marcado
no papel do conde vampiro.
o drácula mais assustador de todos
Produzido e lançado também no ano de 1958, o Vampiro da Noite mais
uma vez é apenas levemente baseado na sua contraparte literária,
utilizando alguns conceitos e nomes dos personagens da obra de Bram Stoker.
o melhor filme da hammer
Nesta versão, Jonathan Harker é um bibliotecário que vai ao castelo de Drácula para
organizar seus livros. Na verdade, ele é um caçador de vampiros que pretende
livrar o mundo da criatura, o plano dá errado e Harker acaba vampirizado,
fazendo com que seu amigo, o Dr. Abraham Van Helsing entre em ação.
o melhor van helsing
Van Helsing decide caçar o conde Drácula, antes que o vampiro ataque Lucy, a noiva de Harker e sua cunhada Mina, para isso
ele irá contar com a ajuda do marido de Mina: Arthur Holmwood. A batalha final se dará dentro do castelo de Drácula em uma cena eletrizante e espetacular.
a batalha final
O filme mais uma vez foi um sucesso, dando origem a uma
longa franquia com Lee no papel do Conde: Drácula o Príncipe das Trevas,
Drácula o Perfil do Diabo, O Sangue de Drácula, O Conde Drácula, Drácula 1972 (também
conhecido como Drácula no Mundo da Minissaia) e os Ritos Satânicos de Drácula.
a franquia drácula
Além disso, a franquia conta com dois filmes que não tiveram
a presença de Lee, mas contavam com a participação de Peter Cushing como Van Helsing: As Noivas
do Vampiro e A Lenda dos 7 Vampiros.
sem lee mas com cushing
Desses dois, apenas As Noivas do Vampiro é digno de nota, o outro é considerado o pior filme do estúdio Hammer.
A terceira franquia da Hammer foi da Múmia lançado em 1959, A Múmia contava mais uma vez com a dupla Lee e Cushing nos papéis principais.
a terceira franquia
Christopher Lee interpreta a
Múmia do sacerdote egípcio Kharis, que foi amaldiçoado com a vida eterna por ter se apaixonado
pela princesa Ananka.
a espetacular maquiagem
Peter Cushing, interpreta o arqueólogo John Banning que
precisa deter a fúria da criatura que acredita que a noiva do arqueólogo é a reencarnação da princesa Ananka.
indiana cushing
O filme é
espetacular, com ar de super-produção, a maquiagem de Lee como a Múmia é
magnífica e assustadora. Mais uma vez, o filme foi um sucesso dando origem a
mais três sequências: A Maldição da Múmia, A Mortalha da Múmia e Sangue no Sarcófago da Múmia.
a terceira franquia
Porém, diferente das outras franquias nenhuma das sequências da Múmia contava com a participação de Peter Cushing ou Christopher Lee, talvez por isso essa franquia seja pouco lembrada pelos fãs.
Além do Drácula, Frankenstein e da Múmia; A Hammer investiu
em diversos outros filmes de terror como: O Monstro de Duas Caras (com a história de o Médico e o Monstro), O Fantasma da Ópera, O Beijo do Vampiro, O Circo dos Vampiros, Capitão
Kronos- o Caçador de Vampiros, Epidemia de Zumbis (com algumas características
que George Romero levaria as telas dois anos depois), Maniac, Fanatismo Macabro,
O Cão dos Baskervilles (um clássico de Sherlock Holmes), A Maldição do Lobisomem (com a única vez que a criatura foi produzida pela Hammer) e o espetacular A
Górgona levando a Medusa a um novo patamar.
os diversos outros filmes da hammer
Isso mostrava que o estúdio não ficava preso as suas franquias, a Hammer também produziu filmes de ação, suspense, ficção, guerra e épicos históricos.
A TRILOGIA KARNSTEIN:
Na década de 1970, já entrando em decadência, a Hammer produziu
uma trilogia baseada na obra de Sheridan Le Fanu: Carmilla.
a trilogia das vampiras lésbicas
Formada por: Carmila a Vampira de Karnstein, Luxúria de
Vampiros e as Filhas de Drácula; a série contava a história da vampira Carmilla
Karnstein, que voltava a vida para seduzir jovens mulheres
as várias faces de carmila karnstein
Diferente das outras
produções, a trilogia abusava das cenas de nudez e de um pouco de lesbianismo soft entre as atrizes.
vampira sedutora
Estrelada por Ingrid Pitt, Yutte Stensgaard e as gêmeas Mary e Madeline Collinson, a trilogia fazia a alegria dos marmanjos da época.
belas, sedutoras e mortais
Mesmo com um certo tom de erotismo elevado para época, os filmes mantinham o charme aristocrático das outras produções do estúdio, o que garantiu um pouco mais de bilheteria.
A DECADÊNCIA DA HAMMER:
No final da década de 1960 e começo de 1970, a Hammer
começou a perder sua platéia para os novos filmes de terror norte americanos
como: O Bebê de Rosemary, A Noite dos Mortos Vivos, O Exorcista e o Massacre da Serra
Elétrica; além dos filmes de Kung-Fu e dos primeiros filmes
pornôs.
a nova cara do terror
Definitivamente, o público não queria mais saber de monstros do século
XIX, mas do mal que poderia ser o nosso próprio vizinho.
Para contornar a situação, a Hammer investiu na trilogia
Karnstein com suas vampiras lésbicas, que deu uma sobrevida ao estúdio. Outra
tentativa foi trazer as histórias do Drácula para os anos 70 com: Drácula 1972 e Os Ritos Satânicos de
Drácula; o primeiro foi mediano e o segundo muito fraco.
O prego no caixão da
Hammer porém foi A Lenda dos 7 Vampiros, misturando de maneira absurda
lutadores de Kung Fu com o Conde Drácula.
kung-fu contra vampiros!!
O filme tentou pegar carona nos filmes de
Bruce Lee que faziam muito sucesso na época, Christopher Lee que já estava de saco cheio do Drácula pulou fora dessa bomba, porém Peter Cushing acabou entrando de gaiato interpretando novamente o caçador Van Helsing. O filme naufragou nas bilheterias fazendo o estúdio abandonar os cinemas.
HAMMER VAI PARA A TELEVISÃO:
Depois dos fracassos no cinema, em 1980 a Hammer se voltou
para a televisão com a série: Hammer- a
Casa do Horror, onde produziu uma boa série com 13 histórias de terror
envolvendo vampiros, bruxas, canibais, fantasmas, casas mal assombradas entre
outros, todas elas se passando nos dias atuais.
uma boa série de televisão
No ano de 1984, a Hammer produziu uma nova série chamada: Hammer a
Casa do Mistério e Suspense, mais uma vez com 13 episódios, dessa vez voltados
para o suspense e a violência.
a última tentativa
Essa série, foi a última produção dos estúdios Hammer antes de encerrar suas atividades em definitivo.
No ano de 2007, o produtor holandês John de Mol, dono da Endemol, a criadora do Big Brother e outros reality shows, comprou os
direitos da Hammer Films através de sua empresa Cyrte Investments. Novos filmes
foram produzidos entre 2008 e 2015 como: Deixe-me entrar, a Mulher de Preto, A
Inquilina, Despertar dos Mortos, A Marca do Medo e A Mulher de Preto 2.
os novos filmes da hammer
Alguns desses filmes obtiveram um maior ou menor sucesso, mas bem longe do
auge do nome Hammer.
Bem é isso ai
pessoal, espero que tenham gostado de conhecer um pouco desse estúdio inglês,
que mesmo com poucos recursos marcou seu nome na história do cinema de horror,
para quem se interessar todos os principais filmes da Hammer já foram lançados
em DVD no Brasil. Ah é não percam a próxima postagem pois era será a de número
200 do blog e vocês vão adorar, até a próxima.
Parabéns, meu amigo! Excelente post! Destaque especial para AS MUSAS DA HAMMER
ResponderExcluirAdorei sua matéria cara parabéns sou um fa
ResponderExcluirmuito obrigado, espero que curta as outras postagens
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