terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os Trapalhões parte 1: O Programa de televisão

  Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos ao primeiro especial do ano. Hoje irei falar do melhor programa humorístico da TV brasileira entre as décadas de 1970 e início de 1990 : Os Trapalhões.

Didi,Dedé, Mussum e Zacarias

   O grupo fez um sucesso estrondoso na TV, no cinema e nas revistas em quadrinhos graças ao carisma de seus personagens e das piadas politicamente incorretas típicas do período, nessa primeira parte do especial iremos conhecer um pouco sobre o programa de televisão.

OS PERSONAGENS:

  Os trapalhões eram formados por quatro membros, cada um com uma característica marcante e uma função no programa, eram eles:

DIDI: 

ô pisit

   Era o líder do grupo, seu nome completo era Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbo, um cearense esperto, apesar do jeito bobo sempre se dava bem em cima dos companheiros.

DEDÉ: 

esse disfarça 

   Era o galã do grupo, porém  sua masculinidade era sempre ironizada por Didi, que criava apelidos como "Divino" e "rapaz alegre". Fazia as vezes de "escada"para o Didi.

MUSSUM: 

eu adoro Mé, Cacildis!

   Era o típico malandro sambista carioca, o mais engraçado do grupo,possuía um linguajar bastante peculiar, sempre empregando o "is" no final de quase todas as palavras, criando assim os bordões "cacildis" e "forévis".

ZACARIAS:

hihihi!

   Era um mineiro tímido e baixinho com personalidade infantil e voz bastante fina, como a de uma criança. Por ser calvo, sempre usava uma peruca e entrava em desespero se esta fosse retirada de sua cabeça, revelando sua careca.

   O programa também tinha outros atores fixos que não faziam parte do quarteto principal: o hilariante Tião Macalé (que imortalizou o bordão "Ih! Nojento!"), Jorge Lafond (que interpretou a Vera Verão),  Roberto Guilherme (o eterno "Sargento Pincel", quase o quinto trapalhão, uma vez que acompanhou o grupo em toda sua trajetória).

A ORIGEM DOS TRAPALHÕES:

  O grupo teve origem na segunda metade da década de 1960, na extinta TV Excelsior de São Paulo com o nome: Adoráveis Trapalhões, o programa reunia na sua fórmula quatro tipos: o galã (Wanderley Cardoso), o diplomata (Ivon Cury), o estourado (Ted Boy Marino) e o palhaço (Renato Aragão).

os trapalhões originais

   Alguns integrantes acabaram saindo do programa, porém em pouco tempo novos membros entraram: Manfried Sant'anna ( Dedé), Antônio Carlos Bernardes Gomes (Mussum) e Mauro Faccio Gonçalves (Zacarias) uniram-se a Renato Aragão (Didi) dando origem aos mais famoso quarteto da TV Brasileira.

o grupo definitivo

    Inicialmente o programa do grupo passou pelas emissoras:Record e Tupi, onde o programa se tornou líder de audiência, desbancando o Fantástico da Globo.

o começo do sucesso

   Porém a TV Tupi passava por dificuldades financeiras, trazendo problemas para os próprios atores e pondo em risco a existência do programa.

A IDA PARA A GLOBO:

  Em 1977, o diretor de operações da TV Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, convidou os Trapalhões para levar seu programa para a emissora.
  Depois de dois especiais exibidos dentro da faixa de programação Sexta super, às 21h, em Janeiro e Fevereiro, o programa Os Trapalhões estreou em 13 de março de 1977, aos domingos, antes do Fantástico. 

a abertura original

O PROGRAMA:

 O programa apresentava uma sucessão de esquetes entremeados com números musicais, exibidos sem aparente conexão, exceto a presença dos próprios Trapalhões.
  Um quadro mais longo, cheio de ação e diálogos, podia ser seguido por uma sucessão de gags visuais curtas, mas não havia um formato pré-estabelecido, qualquer ideia podia virar um esquete a qualquer momento.
   Uma das características do programa eram as paródias com músicas populares, muita das vezes contando com a participação de cantores da MPB,onde os Trapalhões satirizavam a canção trajando figurinos idênticos aos do artista convidado.
  Talvez a mais famosa dessas paródias seja a hilária versão de Terezinha de Chico Buarque, com Didi fazendo as vezes da personagem da canção.

Teresinha de Jesus...

OS FILMES:

 campeões de bilheteria

  Com a popularidade do quarteto, os Trapalhões sempre investiram pesado nos cinemas, produzindo e lançando sempre dois filmes por ano: um nas férias escolares de Janeiro e outro nas férias escolares de Julho, por diversas vezes os filmes eram os campeões de bilheteria no Brasil, desbancando diversas produções estrangeiras.

A PRIMEIRA SEPARAÇÃO:

   No ano de 1983,o programa  e o grupo passaram por um período delicado quando os Trapalhões decidiram se separar. Dedé, Mussum e Zacarias romperam com a Renato Aragão Produções, empresa que cuidava dos negócios do grupo, pois não concordavam com as divisões do lucro.
   Os três  formaram sua própria empresa a DEMUZA e optaram por seguir sozinhos na carreira cinematográfica lançando o filme: Atrapalhando a SUATE .

sem Didi

  A separação durou cerca de seis meses, período em que Renato Aragão estrelou sozinho o programa, além do filme O Trapalhão na arca de Noé.

sem Dedé, Mussum e Zacarias

  No final do ano, por iniciativa própria, os humoristas entraram em acordo e decidiram voltar com o quarteto.

REFORMULAÇÕES NO PROGRAMA:

   Com a reunião do grupo, o programa foi reformulado,ganhando uma nova abertura feita em computação por Hans Donner.

a abertura da minha infância

  O programa acabou ganhando uma platéia como se fosse um teatro ao vivo, além de esquetes gravadas pelas ruas do Rio de Janeiro, o programa começou a exibir também quadros fixos como o quartel Trapalhão,onde os quatro humoristas eram recrutas de um quartel que viviam infernizando a vida do Sargento Pincel.

infernizando o sargento pincel

A MORTE DE ZACARIAS:

   No ano de 1990, Mauro Faccio Gonçalves o Zacarias, faleceu se insuficiência respiratória, provocada por uma embolia pulmonar pouco antes da estréia da nova temporada, o ator já apresentava uma saúde debilitada, seu último trabalho foi uma participação no filme Uma Escola Atrapalhada.

o último trabalho de Zacarias

   O impacto da morte do companheiro por pouco não representou o fim do grupo. Didi, Dedé e Mussum decidiram continuar o programa como uma forma de  homenagear a memória de Zacarias, com isso a estrutura dos Trapalhões precisou ser reinventada de forma a suprir a ausência do amigo.

NOVAS REFORMULAÇÕES:

Entre os anos de 1990 e 1994, após a morte de um de seus membros, o programa Os Trapalhões passou por diversas reformulações criando quadros fixos como:

O TRAPA HOTEL:


  Era um hotel na orla do Rio que tentava a todo custo se manter apesar das confusões do gerente Didi; do secretário de esportes e lazer Dedé e do segurança Mussum. Os demais funcionários eram o dono Conrado, a secretária Andréia ( a ex-paquita Andréia Sorvetão),  Divino (Jorge Lafond), Sorriso (Tião Macalé) e o diretor do hotel Batatinha (Roberto Guilherme). A atriz mirim Duda Little tinha participação no quadro como filha adotiva e melhor amiga de Didi.

 A AGÊNCIA TRAPA TUDO:



Era uma agência de publicidade decadente, que tentava sobreviver onde os três trapalhões ajudavam Conrado e Andréia a manter o escritório.

A MORTE DE MUSSUM:

 Em Julho de 1994,Antônio Carlos Bernardes Gomes o Mussum faleceu devido a problemas no coração, com isso chegou ao fim a trajetória do melhor grupo de humoristas do Brasil.

o melhor trapalhão

O DESTINO DA DUPLA:

  O programa Os Trapalhões, passou a ser reprisado durante a semanas todas as tardes, após a morte de Mussum, só voltando com quadros novos no ano de 1995, o programa foi exibido até 1997 quando foi extinto.
   No ano seguinte  Renato Aragão criou o programa a Turma do Didi, sem a participação do companheiro Dedé.

a turma do didi

  O novo programa acabou causando uma mágoa e uma briga entre os dois comediantes que durou 10 anos, que só chegou em 2008 quando os dois reataram a parceria na televisão.

a volta da parceria 

  Bem é isso ai ô Pisit, espero que tenham curtido essa primeira parte do especial dos Trapalhões, matado um pouco a saudade desse grupo que encantou e fez rir gerações de fãs. 
  Na próxima parte iremos conhecer os filmes dos Trapalhões,que levavam milhões de fãs para o cinema, até lá ô dá pôtrona.  

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