Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a primeira postagem do mês de Julho. Peço mais uma vez desculpas pela demora, é que voltei a dar aulas presenciais e acabei ficando sem tempo. Hoje resolvi falar sobre uma das minhas fases favoritas do Homem-Aranha, ela foi feita pelo desenhista canadense Todd McFarlane, portanto, prepare a sua "teia espaguete", faça poses impossíveis e vamos relembrar uma época maravilhosa do escalador de paredes.
Todd McFarlane é um desenhista e roteirista canadense, que começou a sua carreira na DC Comics na revista de segunda linha Corporação Infinito.
O traço de McFarlane já chamava atenção na época de Corporação Infinito, graças aos seus desenhos estilizados e multiangulos, com inspiração nos mangás.
A grande chance da carreira de McFarlane se deu quando ele substituiu o desenhista Alan Davis na história Batman Ano 2. O canadense estilizou ainda mais seus desenhos, mostrando um Batman com uma capa gigantesca, quase viva.
Isso foi o suficiente para que fosse escalado para desenhar os dois primeiros números da mega saga da editora chamada Invasão.
Todd McFarlane passou a chamar a atenção do mercado e foi contratado pela Marvel Comics, onde assumiu o título do Incrível Hulk ao lado do roteirista Peter David. A dupla levou o título novamente ao sucesso, após um período de baixas vendas. O traço do canadense mostrava como a transformação de Bruce Banner era dolorida.
Graças ao sucesso do título do Hulk, o desenhista foi transferido para a revista Amazing Spiderman, onde fez o herói ser um sucesso arrasa-quarteirão ao lado do roteirista David Michelinie.
Com o sucesso da revista, Todd McFarlane foi alçado a condição de super estrela da editora, onde ganhou seu próprio título do Aranha para fazer o que quisesse. A edição número:1 vendeu absurdas 3 milhões de cópias.
Após desentendimentos com a Marvel, Todd McFarlane se juntou a outros desenhistas e roteiristas descontentes que resolveram sair da Casa das Ideias e formaram uma nova editora: a Image Comics.
Na nova editora, o desenhista canadense criou seu maior personagem: Spawn, o soldado do inferno, um típico herói sombrio e violento dos anos 90.
Diferente dos outros membros da image como Jim Lee, Rob Liefeld e Mark Silvestre. Todd jamais voltou a trabalhar para a Marvel.
COMO TODD McFARLANE ME MARCOU COMO LEITOR DE QUADRINHOS:
Todd McFarlane foi o primeiro desenhista de quadrinhos que parei pra prestar atenção, lembro até hoje quando vi uma história desenhada por ele, foi na revista do Incrível Hulk número: 86 da editora Abril, acompanhei toda essa fase até a edição 102.
Alguns anos depois, quando eu tinha 11 anos de idade e morava em Natal, no Rio Grande do Norte, comprei a edição 110 da revista do Homem-Aranha, quando abri a revista, eu pirei, reconheci o traço na hora e vi nome do McFarlane nos créditos.
O traço era muito diferente do que eu acompanhava na revista do Aranha, a última edição que eu havia comprado era a número:100 com o casamento do Peter e Mary Jane.
REVOLUCIONANDO COM A TEIA ESPAGUETE:
Após sair da revista do Hulk, Todd McFarlane assumiu o título principal do amigão da vizinhança: Amazing Spiderman e já chegou causando uma revolução, mudando totalmente o estilo de traço do personagem, lembrando que na época todos os desenhistas ainda seguiam muito o estilo do mestre John Romita com poucas variações.
Em seus primeiros números, McFarlane mostrou a que veio, mudando tudo: o uniforme do Aranha ficou mais estilizado, com olhos grandes e expressivos, o corpo do personagem por exemplo, adquiriu a flexibilidade digna de uma verdadeira aranha com poses inimagináveis, a teia virou um verdadeiro emaranhado gosmento, chamado pelos fãs de teia espaguete.
Além das mudanças no herói, McFarlane redefiniu o visual de Mary Jane, agora ela era muito mais parecida com a super-modelo Cindy Crawford.
A passagem de Todd McFarlane pelo Homem-Aranha pode ser dividida em duas fases: o título regular do Aranha, ao lado de David Michelinie e o título exclusivo que o artista canadense ganhou.
FASE 1- AMAZING SPIDERMAN:
Essa fase vai da edição número: 298 até a edição: 325 de Amazing Spiderman. Aqui o desenhista promove toda a revolução em torno do personagem, além disso ele trabalhou com a maioria dos vilões clássicos e até os de segunda categoria como: Chance, Raposa Negra, Gatuno, Homem-Areia, Mystério, Escorpião, Camaleão, Treinador, Lagarto, Homem-Hídrico, Gata Negra, Duende Verde e Duende Macabro.
Porém, mesmo trabalhando com a galeria clássica de vilões, Todd McFarlane criou na edição número 300 o mais popular inimigo do Aranha naquele período: Venom.
Para quem não estava na Terra nos últimos 30 anos, aqui vai um resumo da origem do vilão: Venom era Eddie Brock, um jornalista do Globo Diário, um jornal rival do Clarín, que havia escrito uma reportagem de um homem que dizia ser o vilão Devorador de Pecados e a notícia foi um sucesso para o seu jornal. Mas pouco depois, o Homem-Aranha derrotou o verdadeiro vilão e sem querer provou que a reportagem de Eddie não passava de histórias imaginárias de um louco. Com isso, o Globo Diário foi ridicularizado e Eddie Brock despedido.
A partir de então, Eddie apenas pensava em se vingar do herói, porém, sendo um humano comum, ele não teria chances contra o herói aracnídeo. Depois de tudo, o jornalista pensou em se matar, mas o suicídio seria um pecado inaceitável para ele, um homem católico. Foi quando Eddie estava rezando para obter paz na Igreja Nossa senhora de Todos os Santos, em Manhattan, que curiosamente foi o mesmo local da separação de Peter Parker e o Simbionte, o alienígena uniu-se a Brock, acabando com sua angústia, dando-lhe quase todos os poderes do Homem-Aranha e lhe contando a identidade secreta do herói. Assim nasceu Venom.
Nessa fase, David Michelinie criou uma subtrama envolvendo Mary Jane. A modelo foi sequestrada por um fã maluco chamado Jonathan Cesar, um empresário que fez de tudo para ficar com a esposa de Peter, inclusive despejando o casal de sua cobertura de luxo.
Essa trama só foi resolvida pouco depois da saída de McFarlane, quando o desenhista Erick Larsen assumiu o título tradicional do Aranha e o canadense ganhou uma revista pra chamar de sua.
FASE 2- SPIDERMAN:
A segunda fase de Todd McFarlane com o Homem-Aranha ocorreu quando o desenhista começou a reclamar que queria mais prestigio dentro da Marvel, segundo o seu pensamento era ele quem gerava lucros astronômicos para a editora não o roteirista, para acalmar o ego do canadense, a Marvel lhe deu um título exclusivo do amigão da vizinhança chamado apenas de: Spiderman, onde ele seria o roteirista e o desenhista.
A primeira edição da nova revista vendeu mais de 3 milhões de cópias e se mostrou um sucesso, Todd McFarlane estilizou ainda mais o seu traço, fazendo o Aranha ter poses impossíveis para um ser humano.
Se as vendas da revista eram estratosféricas, nos bastidores a coisa não era tão simples, devido a pressão de autores mais antigos, McFarlane não pode usar a maioria dos vilões clássicos do Aranha, em seus arcos ele usou apenas: o Lagarto, o Duende Macabro e Morbius, fora isso as histórias eram mais sombrias,violentas, com traficantes, viciados, crianças abandonadas, moradores de rua, muito diferente do que estava rolando nos outros títulos do herói.
Outro problema eram as tramas, como escritor Todd McFarlane era um bom desenhista, as histórias eram fracas e arrastadas, em sua passagem pelo seu título exclusivo, ele escreveu apenas 4 arcos de histórias em 14 edições.
Todd McFarlane estava cada vez mais cansado da Marvel, atrasava propositadamente sua revista para pressionar seus editores, para ter mais prestigio, até que ele juntamente com Rob Liefeld, Jim Lee, Mark Silvestre e outros "desenhistas superstars" resolveram sair da Marvel para fundarem uma nova editora onde o artista teria direito sobre suas criações: a Image Comics.
A despedida de McFarlane do título Spiderman se deu na edição número 16, com um crossover do aracnídeo e a X-force de Rob Liefeld, na verdade sua despedida foi na edição 14. O canadense só voltou ao título para terminar seu contrato.
Uma vez questionado porque não voltava a desenhar o Homem-Aranha, mesmo que fosse em uma edição comemorativa, Todd McFarlane respondeu: "-Eu sou dono de uma empresa rival da Marvel, seria conflito de interesses e até desonestidade minha se eu voltasse a trabalhar para ela e isso vai contra os meus princípios!"
A FASE McFARLANE NO BRASIL:
Por ser uma das
fases mais queridas dos leitores, a era McFarlane já saiu diversas vezes em
nosso país. A primeira vez foi nas revistas de linha da editora Abril.
Depois disso, ela foi republicada ainda pela editora Abril entre 1996 e 1998 nos encadernados especiais: O Melhor do Homem-Aranha.
Já na editora Panini, essa fase foi publicada parcialmente nos números 5 e 6 de Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha.
Finalmente, agora em 2021, a Panini trouxe para o Brasil o primeiro Omnibus do Homem-Aranha, uma edição luxuosa com mais de 800 páginas trazendo toda a fase David Michelinie e Todd Mc Farlane.
Bem é isso ai
pessoal, espero que tenham gostado de conhecer essa fase que revolucionou o
Homem-Aranha e é lembrada até hoje pelos fãs, em breve trarei a segunda
postagem de Julho. Até a próxima.
Mais uma excelente postagem Beagle.
ResponderExcluirJuntamente às indicações dos títulos Mcferlane passou trazer os números em.formatinhos e republicações termina o post com chave de ouro.
Parabéns pelo post e comprometimento.
Obrigado clóvis!
ExcluirEm Spider-man um a arte deel está mais contida, e mais "limpa". Já na 2a edição ele deixou o traço mais cartunesco e a arte mais "suja".
ResponderExcluirExcelente matéria.
sim realmente na spiderman a arte dele ficou mais estilizada e cartunesca, eu prefiro a arte menos exagerada dele na amazing spiderman
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