Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a postagem do mês de aniversário do Canil do Beagle. Quem diria que quando comecei esse pequeno blog como forma de distração, eu iria chegar a 6 anos tendo assunto para falar? Já foram 258 postagens, 245.369 visualizações e até visitantes de outros países. Pode parecer pouco, mas pra mim é um grande orgulho quando leio o feedback dos leitores e sei que estou levando conteúdo nerd de qualidade, mesmo que o blog tenha ficado um pouco de lado agora que me tornei pai , mesmo sem tempo, venho tentando manter ele ativo com postagens bem relevantes.
Para comemorar o aniversário do blog resolvi falar de uma série que marcou uma geração de nerds dos anos 90 e que popularizou um certo velocista Escarlate, estou falando de The Flash-A série clássica.
E GRAÇAS AO BATMAN O FLASH TEVE UMA CHANCE:
Com um orçamento de 6 milhões de dólares, o roteirista dos quadrinhos Howard Chaykin na criação das tramas, o Stan Winston Studios na produção dos efeitos especiais e com o compositor Danny Elfman, que havia trabalhado no filme do Batman e criado o famoso tema do Cavaleiro das Trevas, a Warner mostrava que não estava para brincadeira, só faltava escolher qual dos Flashs seria o protagonista.
UMA MISTURA DE HERÓIS:
Até o ano de 1990, três heróis ostentavam o título de Flash, o primeiro deles foi Jay Garrick o Joel Ciclone (sim, eu sou da velha guarda e vou chamar ele por esse nome até morrer, assim como J'onn J'onzz pra mim sempre vai ser Ajax o Marciano); O segundo Flash era Barry Allen, o mais longevo a ostentar o manto do herói até aquela época, mas que havia morrido nos quadrinhos na saga Crise nas Infinitas Terras e o terceiro era Wally West, sobrinho de Barry que havia assumido a identidade a pouco tempo.
O escolhido foi Barry Allen, talvez por ter sido o velocista mais famoso, porém ele herdou o metabolismo acelerado de Wally, assim como formou dupla com Tina McGee, uma cientista dos laboratórios S.T.A.R.S, também vinda dos quadrinhos do Wally.
Os atores escolhidos para dar vida aos personagens foram John Wesley Shipp como Flash e Amanda Pays como a dr. McGee.
UMA SÉRIE POLICIAL COM UM SUPER-HERÓI:
O seriado do Flash se diferenciava um pouco dos quadrinhos, era mais voltado para tramas policias, até a origem e motivação do herói foi levemente alterada: Central City é uma cidade que vive uma onda de violência devido aos constantes ataques de uma gangue liderada por Nicholas Pike, um ex-policial corrupto.
Em um de seus ataques, Pike acaba matando seu ex-parceiro de policia Jay Allen, irmão mais velho do investigador forense Barry Allen. Em uma noite de tempestade, enquanto periciava a bala que havia matado seu irmão, Barry é atingido por um raio e cai em cima de uma estante cheia de produtos químicos, a descarga elétrica e os produtos acabam conferindo supervelocidade ao policial.
Barry decide procurar a ajuda de Tina McGee, uma cientista que havia desenvolvido um traje especial para missões no espaço capaz de suportar o atrito da reentrada na atmosfera. O policial revela seus poderes e os problemas que eles trazem, as roupas de Barry não resistem a velocidade e acabam rasgando, além disso, devido ao seu metabolismo acelerado, ele quase sempre desmaia precisando de muito alimento.
Barry decide adaptar o traje especial para levar Pike para a cadeia. Após derrotar e prender o assassino de seu irmão, o policial forense assume a identidade de Flash e decide combater o crime em Central City e Tina passa a ajudar o herói com experimentos para compreender e controlar seus poderes.
A série era mais focada em investigações policiais, por isso a maioria dos inimigos eram criminosos comuns ou mais realistas, por isso poucos super-vilões dos quadrinhos apareceram na série, mas alguns deram as caras.
A GALERIA DE VILÕES NA SÉRIE:
Conforme eu falei aqui em cima, a série do Flash era voltada para o realismo, como a série do Hulk dos anos 70, mas isso não impediu que alguns vilões dos quadrinhos aparecessem de forma adaptada ao contexto do seriado, foram eles:
CAPITÃO FRIO:
O assassino de aluguel Leonard Wynters Snart rouba uma arma criogênica e assume a identidade de Capitão Frio, ele é contratado por um mafioso para matar seus rivais e assumir o submundo de Central City. Ele e o Flash entram em confronto várias vezes ao longo do episódio com o herói escapando por pouco da morte em todos os encontros. O vilão é derrotado graças a inteligência do Velocista Escarlate.
MESTRE DOS ESPELHOS:
Sam Scudder é um ladrão que roubou uma tecnologia de projeção de imagens 3-D altamente avançada, o criminoso assume a identidade de Mestre dos Espelhos, monta uma grande coleção de hologramas para intimidação e chantagem. Ele também construiu um projetor em um dispositivo de pulso que lhe permitiu ocultar sua localização real e parecer estar em outro lugar. Ele chega em Central City e sequestra a mãe de Tina McGee cabendo ao Flash deter o vilão.
TRAPACEIRO:
James Jesse é um serial killer com múltiplas personalidades que assume a identidade de Trapaceiro, ele começa a atormentar o Flash e aterrorizar a cidade até ser preso e trancado em um manicômio. Foi o único dos inimigos do Flash a usar um uniforme parecido com os quadrinhos e também a aparecer em dois episódios, além do décimo segundo, ele é o vilão do último episódio da série.
POLLUX- O FLASH REVERSO? :
O Flash Reverso,um dos inimigos mais tradicionais do Flash não apareceu oficialmente na série, mas nem por isso ela deixou de ter um velocista do mal. O cientista Jason Brassell da empresa Intellagen Corp consegue coletar uma amostra de sangue do Flash, criando um clone que foi acelerado até a idade adulta. Batizado de Pollux, ele utiliza uma roupa azul inspirada no traje do Flash, com o logotipo da Intellagen no peito.
Embora Pollux tenha aprendido rapidamente, ele ainda tinha a maturidade emocional de uma criança, ele escapou brevemente dos laboratórios da Intellagen e desenvolveu uma paixão por Tina. No final do episódio, Pollux acaba morrendo nos braços de Barry após salvar a vida do herói.
Segundo algumas informações, havia o desejo de utilizar outros vilões dos quadrinhos na segunda temporada como: Capitão Bumerangue, Onda Térmica e Kadabra. Havendo até mesmo a união de todos os vilões contra o Flash, mas infelizmente a série foi cancelada.
A série do Flash estreou na CBS no mês de Setembro de 1990 nas noites de Quinta-Feira com uma enorme campanha de marketing, com anúncios da série na revista Guia da TV e em outras revistas.
A série foi um sucesso, tanto que deu origem a uma pequena Flashmania, que não era comparável a Batmania de 89, mas foi suficiente para que o herói ficasse famoso entre quem não acompanhava os quadrinhos.Tivemos roupas, acessórios, um boneco, revistas, minigames, e jogos de videogame para o Master System e o Gameboy.
O auge foi uma edição em quadrinhos especial baseada na versão da série produzida por John Byrne e Mark Waid.
No Brasil, a série foi lançada pela Rede Globo no ano de 1991 sendo um sucesso absurdo, a emissora usou o nome original, mas falava também o artigo The (o), quem era criança lembra do narrador falando enfaticamente: DÊ FLÉXI! tanto que até hoje todo mundo chama o herói de Dê Flash rsrsrs.
Como já sabia que a série possuía apenas uma temporada, a emissora de Roberto Marinho exibiu inicialmente os episódios 2 a 12, mas fora de ordem e sem o episódio piloto. No começo de 1992, exibiu os episódios 13 a 22 como se fosse uma nova temporada. Já no ano de 1993, exibiu o episódio piloto e os 22 em ordem correta, espremendo o máximo do sucesso.
A Globo era especialista em esticar seriados curtos e transformar uma série de 1 temporada em duas ou até três, lembro que ela fez o mesmo com a série do Robocop que foi exibida entre 1994 e 1996.
A editora Abril, responsável por publicar as aventuras do Flash na revista dos Novos Titãs aproveitou o sucesso do seriado e estampou o herói velocista em várias capas da revista dos heróis adolescentes.
No auge da Flashmania, o herói também estrelou duas edições da revista especial trimestral Superpowers.
As revistas trouxeram matérias especiais sobre o herói e sobre a produção do seriado com direito a entrevista com John Wesley Shipp.
A editora Abril também publicou a edição especial da série, que além de duas histórias baseadas no seriado trazia um guia de episódios bem detalhado. Essa revista é bem cobiçada entre os colecionadores.
A Warnner Bros. Brasil lançou nas locadoras o episódio piloto como The Flash- O Último Vingador e posteriormente lançou uma segunda fita batizada de The Flash 2- A Vingança do Mágico, com os dois episódios com o Trapaceiro, como se fosse um longa metragem.
Essa segunda fita chegou a ser exibida na Sessão da Tarde no final do ano de 1992 também como um filme.
Como toda a série, The Flash teve seu auge e depois parou de ser exibida. No final dos anos 90, o SBT re-exibiu o seriado, mas sem o mesmo sucesso de outrora.
O CANCELAMENTO PRECOCE:
O seriado do Flash foi um sucesso no lançamento, porém o herói escarlate não contava com uma certa família de Springfield. A Fox exibia a série dos Simpsons aos Domingos, mas trocou o horário para as Quintas-Feiras, na mesma hora da série do Flash na CBS. O seriado de Homer e sua família estava em sua segunda temporada e era um fenômeno sem precedentes, a audiência da série do Flash despencou rapidamente, fazendo a CBS mudar o horário do seu seriado mais cedo e depois jogou ela para as noites de Sábado, afundando ainda mais a audiência.
Como era um seriado extremamente caro para época, cada episódio custava 1 milhão de Dólares, e com a audiência despencando, a CBS não teve outra alternativa a não ser cancelar precocemente a série na primeira temporada, deixando os fãs órfãos.
A VOLTA DO FLASH:
No ano de 2014, o Flash ganhou um novo seriado, estrelado por Grant Gustin como o herói, a série fazia parte do Arrowverse, um universo de séries compartilhadas do Warner Chanel. John Wesley Shipp entrou para a série como Henry Allen, pai do herói.
A partir da segunda temporada, o ator também passou a interpretar Jay Garick, o Flash da Terra 3, uma dimensão diferente da nossa.
E por fim, John voltou a interpretar o Flash dos anos 90 no arco especial Crise na Infinitas Terras.
Bem, é isso ai pessoal, espero que tenham gostado de lembrar ou conhecer essa série que popularizou o Flash entre o público leigo e se tornou um breve fenômeno marcando toda uma geração de crianças dos anos 90. Ainda esse mês pretendo trazer a segunda postagem de aniversário do blog e garanto que vai arrancar lágrima dos nerds mais antigos, até a próxima.
Muito legal, Beagle.
ResponderExcluirConfesso que desde a última postagem, estive ansioso pela próxima dando 'refresh' na página do blog diariamente.
Não conheci o seriado, por ser de 95, mas achei superinteressante o post.
Novamente parabéns pelo conteúdo.
Obrigado pela força,o blog esse ano está mais devagar, no máximo estou fazendo duas postagens por mês, mas mesmo assim estou sempre trazendo assuntos interessantes. Semana que vem já trago a próxima postagem.
ExcluirAdorava o seriado
ResponderExcluirOtimo post!
ele marcou quem assistiu na época
ExcluirLembro dessa série, e gostava muito daquela pegada mais realista e urbana, esse novo eu passo longe, tentei ver, mas é muito caricato, sem querer exagerar, lembra até um pouco o Demolidor da Netflix. Ótima lembrança.
ResponderExcluirÓtima matéria! Show!
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