Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a primeira postagem de Abril do Canil do Beagle. Como esse é o mês do meu aniversário, resolvi trazer uma postagem mais que especial. Irei falar sobre o pai dos jogos Beat 'N Up que marcou a geração dos anos 80 e 90, estou falando de Double Dragon.
DOS CINEMAS PARA OS VIDEOGAMES:
O Beat 'N Up foi um gênero de jogo de videogame surgido nos anos 80 e viveu o seu auge no começo dos anos 90. Inspirado nos filmes Warriors- Os Selvagens da Noite e Ruas de Fogo, os programadores pegaram o que havia de melhor desses dois filmes: do primeiro, as brigas de gangues no meio da rua e do segundo, o sequestro da mocinha no começo do filme por uma gangue mal encarada.
Os dois filmes serviram de inspiração para a criação do jogo e quase todos os Beat 'N Up tinham uma ambientação urbana com lutas em ruas, praças, metrôs e pontes. Rapidamente os jogadores abandonaram os shooters (o tradicional jogo de navinha) para socar criminosos como se não houvesse amanhã.
A origem de Double Dragon teve início no ano de 1986, quando a Technos Japan lançou o jogo Nekketsu Kouha Kunio-kun, um jogo de briga entre gangues de colégios rivais.
Quando o jogo foi escolhido para ser lançado nos Estados Unidos, a filial americana pediu para que o jogo fosse alterado, pois o público não se interessaria em um jogo de luta entre escolas rivais japonesas. Yoshihisa Kishimoto, o criador de Kunio-Kun resolveu remodelar todos os sprites do jogo, transformando-o em um jogo de briga de gangues, inspirado nos filmes Warriors- Os Selvagens da Noite e Ruas de Fogo.
O Jogo foi um sucesso moderado e instigou Yoshihisa a criar um jogo de briga de gangues norte americanas do zero e acabou dando origem a um novo gênero.
O primeiro Double Dragon foi lançado para os Arcades em 1987 e foi um sucesso absoluto. A trama é o mais "puro suco" da década: Em um futuro próximo, os irmãos Billy e Jimmy Lee são praticantes da poderosa arte marcial Sosetsuken, eles acabam despertando a ira da maior gangue da cidade; Os Black Warriors, liderados por Machinegun Willy. O vilão decide sequestrar Marian, a namorada de Billy, para forçar os irmãos a cooperarem com a gangue, a mocinha leva um soco no estômago e é levada pelos vilões numa das aberturas mais marcantes dos jogos da década de 80, dando início a porradaria.
O Jogo possuía belos gráficos para época e uma jogabilidade inovadora, pois era possível que dois jogadores lutassem cooperativamente, além disso, tínhamos socos, chutes, cabeçadas, joelhadas, voadoras e cotoveladas.
As fases eram bem marcantes como a cidade, a fábrica, a floresta e o quartel general dos Black Warriors.
Além disso, os vilões do jogo logo entraram para a galeria da cultura gamer como os capangas: Williams e Rowper, a fatal Linda e seu Chicote e o gigante Abobo.
Double Dragon foi um sucesso e permaneceu no topo da lista dos Arcades mais jogados dos Estados Unidos por 15 meses e logo recebeu adaptações para os consoles caseiros.
O nintendinho foi o primeiro console a ganhar uma adaptação
de Double Dragon.Talvez por falta de experiência houve uma gigantesca redução
de todo o conteúdo dos Arcades, o pior corte foi a exclusão do modo de dois
jogadores cooperativos, ainda podia se jogar de dois Players, mas era um de cada
vez.
Os dois jogadores controlavam apenas Billy Lee. O irmão Jimmy foi “promovido” ao
posto de principal vilão no final do jogo, como o misterioso Shadow Boss.
Na versão nintendinho o jogo comportava no máximo dois inimigos iguais por vez,
além disso, o jogador não começava com todos os golpes, eles eram aprendidos
com o decorrer do jogo, como uma evolução de RPG. Pra completar,
várias fases foram alteradas, focando mais na transposição de plataformas.
Mesmo com todos esses cortes e mudanças, Double Dragon foi um dos grandes sucessos do nintendinho.
A Sega também adquiriu os direitos para desenvolver a sua
versão de Double Dragon para o Master System.
O console da Sega tinha mais recursos que o Nes, por causa disso essa versão de Double Dragon
ficou bem mais fiel ao Arcade, o modo de dois jogadores colaborativos voltou e
as fases eram iguais as do fliperama em questão de design.
O jogo também foi um sucesso estrondoso e marcou a primeira geração de jogos do console que chegaram ao Brasil.
Outras versões de Double Dragon:
O primeiro Double Dragon também ganhou conversões para diversos consoles como: Game Boy, Mega Drive, Lynx e até uma bizarra versão para o Atari 2600.
DOUBLE DRAGON II- THE REVENGE (1988):
Após o sucesso do primeiro Double Dragon, uma continuação era inevitável. Assim, Yoshihisa elaborou uma continuação que pegou a todos de surpresa devido ao tom sombrio da história: Após a derrota dos Black Warriors, Willy decide se vingar dos irmãos Lee matando Marian fuzilada logo na abertura do jogo, que se torna uma jornada de vingança pela morte da jovem.
Double Dragon II- The Revenge possui gráficos ainda melhores que o primeiro jogo, porém ele é quase que um Remake, pois todos os vilões estão de volta com novos visuais e algumas fases são idênticas ao Double Dragon I como a fábrica e o quartel general dos Black Warriors.
O único grande problema de Double Dragon II- The Revenge são os controles, inexplicavelmente, os programadores resolveram copiar a jogabilidade de Renegade, onde os botões de soco e chute alternavam de acordo com o lado em que o jogador se encontrava, essa bizarrice acabava atrapalhando na hora de jogar.
A continuação foi um sucesso e manteve a fama do jogo que acabou sendo adaptado para alguns consoles:
A versão de Mega Drive foi uma adaptação fiel dos Arcades, com todos os acertos e erros de jogabilidade, porém ficou restrito ao Japão. Nós, brasileiros, tivemos acesso ao jogo graças as cópias piratas que apareciam nas locadoras.
Double Dragon II - Revenge no Nes:
Assim como o primeiro jogo, a versão para o nintendinho é totalmente diferente do Arcade, apesar da mesma premissa: vingar a morte de Marian, temos novas fases, novos inimigos e uma grande surpresa no final: Marian é ressuscitada!.
O jogo é considerado o melhor Beat 'N Up do nintendinho e o responsável por popularizar a série entre os jogadores que não frequentavam os fliperamas.
Double Dragon II para Game Boy:
O Console portátil da Nintendo também ganhou um versão exclusiva de Double Dragon II, porém ele na verdade é uma adaptação do jogo Nekketsu Kouha Kunio-Kun: Bangai Rantouhen, onde trocaram os sprites dos personagens pelos irmão Lee, por isso temos uma trama completamente diferente onde Billy Lee é acusado de assassinato e precisa provar a sua inocência.
Ah Double Dragon III, o jogo que afundou a série, odiado por todos os fãs, a terceira parte da saga dos irmãos Lee possui uma história cheia de erros e polêmicas. Em meados de 1989, a Technos estava muito atarefada na produção de dois novos jogos: o primeiro era WWF Superstars, com os astros da luta livre norte americana como Hulk Hogan, MachoMan Randy Savage e Ted DiBiase e o segundo The Combatribes, um Beat 'N Up cheio de porradaria. Ao invés de adiar a produção do terceiro jogo, a Technos resolveu terceirizar a produção do jogo, contratando a inexperiente East Technology e aí a coisa afundou de vez.
Double Dragon III- The Rosetta Stone possui gráficos completamente diferentes dos outros dois jogos, é extremamente pobre, com apenas duas variedades de inimigos por fase.
A história foge completamente da premissa da série: Jimmy e Billy Lee são abordados por uma cartomante chamada Hiruko, ela convence os irmãos a viajarem pelo mundo em busca das pedras Rosettas que poderiam dar poder a qualquer pessoa, os irmão Lee, decidem ir atrás das pedras nos Estados Unidos, China, Japão, Itália e Egito, onde vão enfrentar a própria Cleópatra.
O jogo possui novos personagens para serem controlados: Sony, um clone de roupa amarela; Roney, um bombado sem camisa; Chin, um gordinho chinês e Masao, um lutador de karatê.
Existe uma grande polêmica envolvendo o jogo,a East Technology resolveu experimentar um recurso absurdo, se você quisesse ter novos golpes, personagens ou armas teria que usar fichas de verdade no jogo! isso mesmo que você leu, para ter uma experiência completa teria que colocar mais fichas e comprar as habilidades em lojas no começo das fases.
Esse sistema de lojas foi muito polêmico e aliado a péssima qualidade do jogo, a série sofreu um grande baque e nunca mais alcançou a glória. Mesmo assim, a terceira parte ganhou adaptações caseiras.
Double
Dragon III- The Arcade Game para
O Console da Sega ganhou outra adaptação fiel aos Arcades, porém recebeu uma tela de options que melhorava a dificuldade do jogo e aumentava o número de créditos.
Double Dragon III- The Sacred Stone para o Nes:
Depois do fracasso da versão Arcade, a terceira adaptação de Double Dragon para o nintendinho foi feita pela própria Technos que tentou resgatar um pouco da dignidade da série. Assim como os anteriores, essa adaptação possui apenas o mesmo fio narrativo, contando com novas fases.
Dessa vez a história é um pouco diferente: tudo começa quando os irmãos Lee encontram um membro de seu dojô a beira da morte e descobrem a existência da Neo Black Warriors, uma gangue liderada por Jim, irmão de Willy que era o vilão dos outros jogos. Após derrotar o vilão na primeira fase, os irmão Lee são abordados por Hiruko, uma cartomante que informa a existência das pedras sagradas que podem dar poder ilimitado para qualquer pessoa. Os irmão Lee viajam pelo mundo e no final enfrentam a princesa Noiram que reencarnou no corpo de Marian. No final, Billy consegue trazer sua amada de volta.
Essa terceira parte no nintendinho até que resgatou um pouco a dignidade da série, mas o estrago da terceira versão de fliperama estava feito, Double Dragon acabou sendo passado para trás por jogos como Final Fight e Streets of Rage e os novos jogos nunca mais conseguiram fazer o mesmo sucesso.
Só fui jogar DD 'depois de velho'.
ResponderExcluirJoguei a trilogia no Mega Drive e posso dizer que o primeiro jogo é muito bom, o segundo tinha muitos problemas, como o slowdown frequente, mesmo quando a tela não ficava cheia, e o terceiro não dá nem pra jogar de tão ruim que são controles e jogabilidade, sem contar que pra um jogo lançado na mesma época que os primeiros Streets of Rage e Final Fight, DD Rosetta Stones ficou bem datado.
Quando tinha uns 10 ou 11 anos de idade costumava jogar um Port do DD de luta 1x1 dos arcades no PlayStation (o jogo que adaptava o filme do Double Dragon) e à época nem imaginava que a franquia era tão longínqua e importante pro mundo dos jogos...
Muito boa a postagem. Me fez ter boas lembranças e, com o vosso texto aprendi que há DD II pro Gameboy Clássico.
Olá Clovis, obrigado pelos elogios, que bom que minha postagem foi útil para trazer boas lembranças pra você. Em algum momento os fãs de videogame sempre acabam cruzando com a saga dos irmãos Lee, em breve trarei a segunda parte da postagem, fique de olho.
ExcluirAguardarei ansioso.
ExcluirMuito boa a iniciativa de trazer esse apanhador informações!