terça-feira, 21 de agosto de 2018

As Graphic Novels da Editora Abril e a revolução no status dos quadrinhos no Brasil


    Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a mais uma postagem do Canil do Beagle. Sei que o blog anda meio devagar, mas sempre que possível irei postar novidades. Na postagem de hoje irei falar sobre uma importante e revolucionária revista que surgiu em nossas bancas na década de 1980 e que se tornou sinônimo de revista em quadrinhos de luxo, estou falando das Graphic Novels da editora Abril.

sinônimo de quadrinhos de luxo

    Hoje em dia, existe um grande mercado de revistas em quadrinhos de luxo com capa dura, papel especial e até lombada personalizada, que se popularizaram graças a editora Panini e principalmente as coleções da Salvat e da Eaglemos. 

a banalização das graphic novels 

     Porém, na década de 1980 a situação era bem diferente, revistas em quadrinhos no Brasil eram sinônimos de produtos voltados para crianças e com baixa qualidade de papel e capa, até que a editora Abril decidiu lançar um novo titulo inspirado no selo Marvel Graphic Novels, publicando inicialmente histórias da Marvel e também da DC, porém posteriormente o selo trouxe outros personagens fora do filão dos super-heróis para a surpresa dos fãs.

O QUE É UMA GRAPHIC NOVEL?

   Quando surgiu entre o final da década de 1970 e o começo de 1980, o termo Graphic Novel se referia a histórias em quadrinhos diferenciadas, que possuíam as seguintes características: Uma história fechada com mais páginas, formato diferente do tradicional e a qualidade do material que é superior as revistas de linha.

A PRIMEIRA GRAPHIC NOVEL:

    Para alguns fãs, a primeira Graphic Novel saiu em 1978, foi: Um contrato com Deus e outras histórias de cortiço do mestre Will Eisner.

a pioneira

     A revista tinha uma história mais madura que mostrava o cotidiano de pessoas simples. O termo Graphic Novel foi concebido para diferenciar esse tipo de publicação das histórias em quadrinhos tradicionais.

AS GRAPHIC NOVELS DA EDITORA ABRIL:

    No ano de 1988, a editora Abril vinha experimentando o sucesso de uma sequência de minisséries de luxo com roteiros mais maduros como: Ronin e Batman: O cavaleiro das Trevas e percebeu que o publico adulto também estava se interessando por histórias em quadrinhos.

minisséries de luxo

     Aproveitando-se disso, a editora lançou nas bancas uma publicação completamente diferente daquelas que o público das revistas de super-heróis estava acostumado: tamanho tablóide, papel especial e roteiros adultos com o título: Graphic Novel, e a primeira edição não poderia ser mais impactante: X-men- O Conflito de uma raça, onde mostrava a equipe de pupilos do professor Xavier enfrentando o fanático pastor William Stryker, um influente religioso que considera os mutantes uma criação diabólica e uma afronta contra Deus.

uma edição diferenciada e impactante

      A revista foi um sucesso e nas edições seguintes, os fãs foram presenteados com verdadeiras obras primas como: O Demolidor de Bill Sienkiewicz, A morte do Capitão Marvel de Jim Starlin, Batman a Piada Mortal de Alan Moore, Homem de Ferro: Crash (a primeira revista feita totalmente por computador), O Homem-Aranha e Batman: O Filho do Demônio de Mike W.Barr.


super-heróis maduros

      A partir da edição número 8, a revista Graphic Novel passou a trazer histórias que não eram estreladas por super-heróis como: O Edifício de Will Eisner, Rocketeer de Dave Stevens, Blanche Epifany, BlueBerry de Moebius, Viet-Song: Frank Cappa - Memórias de um correspondente e o clássico personagem o Sombra.


histórias fora do comum

    Os Super-heróis tradicionais foram perdendo espaço em Graphic Novel, mas mesmo assim estrelaram pequenas obras primas como: Surfista Prateado: Parábola, Contos de Asgard: A bandeira do corvo, Dr. Estranho Shamballa e Wolverine e Nick Fury: Conexão Scorpio.


as poucas histórias de super-heróis

    Para resolver essa ausência dos super-heróis, a editora Abril decidiu lançar dois novos títulos inspirados na Graphic Novel.

 GRAPHIC ALBUM:

     Foi a segunda publicação da editora Abril na linha de quadrinhos de luxo, porém dessa vez  a publicação teve vida curta, talvez devido a falta de periodicidade e dos pouquíssimos títulos lançados: Drácula: Uma sinfonia de horror ao luar, Batman digital Justice, American Flagg, Somerset Holmes, Um sinal do Espaço e Elektra vive. 


poucas edições e histórias sem inspirações

      Desse selo destacam-se apenas as edições número: 1, 5 e 6. A revista acabou sendo cancelada na sexta edição.

GRAPHIC MARVEL:

     O terceiro título trouxe apenas publicações do selo Marvel Graphic Novel e teve uma duração bem maior, apresentando boas histórias como: A vingança do Monolito Vivo, Mulher-Hulk, X-men: O desenho animado, Dr.Estranho e Dr. Destino: Triunfo e Tormento, Justiceiro: Retorno ao grande nada,Wolverine: escolhas malditas e Homem-Aranha: A Essência do Medo.


boas histórias da marvel

    Porém, diversas boas histórias acabaram não sendo publicadas como: Novos Mutantes, Imperador Destino, Manto e Adaga: predador e presa e Homem-Aranha: Vidas Paralelas.

histórias que não saíram no Brasil

AS GRAPHIC NOVELS DAS OUTRAS EDITORAS:

     Graças ao sucesso das Graphic Novels da editora Abril e de olho no público adulto, outras editoras como a Globo e a Sampa se aventuraram em lançar álbuns de luxo com os selos: Graphic Globo e Graphic Sampa.
    A editora de Roberto Marinho lançou alguns álbuns da própria Marvel que não interessaram a Abril como: DreadStar, Marada a Mulher-Lobo, Elric e Excalibur.


graphic novels da marvel que saíram pela globo

     A editora Sampa por sua vez trouxe as excelentes Sabre de Paul Gulacy e as Tartarugas Ninjas de Kevin Eastman e Peter Laird.

duas boas opções

     Além disso, várias editoras acabaram lançando revistas com o subtítulo Graphic, tentando pegar carona na onda das revistas de luxo, porém a maiorias dessas revistas eram fracas pra dizer o mínimo.

A MUDANÇA NOS QUADRINHOS:

      Graças a Graphic Novel, as histórias em quadrinhos passaram a ser tratadas como leitura séria em nosso país e começaram a ser respeitadas. Outra mudança, porém mais lenta e gradual, foi a migração das bancas de jornais para as livrarias,porém esse foi um movimento tímido que só se consolidou nos últimos 18 anos.

saindo das bancas e indo para as livrarias

     Bem é isso ai pessoal, espero que tenha gostado de conhecer um pouco dessa revista que quebrou preconceitos e mudou o olhar sobre as revistas em quadrinhos, atualmente os fãs de HQs podem sentir orgulho de entrar em uma livraria e desfrutar de uma bela revista de luxo, mas não devemos esquecer que isso só é possível graças a um título que quebrou preconceitos e mostrou que quadrinhos podia ser uma leitura séria e para todos os públicos.Vou ficando por aqui e mais uma vez gostaria de dizer que o blog não acabou, está apenas em um ritmo mais lento, mas vou sempre postando quando bater a inspiração,até a próxima
   

6 comentários:

  1. Olá, beagle... Foi bom ter achado teu blog, fui colecionador de graphics novels, aliás, tenho todas as citadas, compradas na época de lançamento...

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  2. Época boa de colecionar e ler!! Tenho a maioria das Clássicas Grafic Novel!!

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  3. Muito Boa Analise sobre as Graphics novels!!! Hoje temos material a escolher, tanto em bancas especializadas como em Grandes Livrarias que destinam espaços para as HQS.

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  4. MAssa! EU tenho 20 numeors dessas! Voce tem a lista das Graphic Novels? foram 28?

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  5. Excelente materia! Estou disponibilizando todas as Graphic Novels para leitura: https://scans-quadrinhos.blogspot.com/2023/04/graphic-novels-abril-colecao-completa.html

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