Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a mais
uma postagem do Canil do Beagle. Sei que o blog anda meio devagar, mas sempre que
possível irei postar novidades. Na postagem de hoje irei falar sobre uma importante e revolucionária revista que surgiu em nossas bancas na década
de 1980 e que se tornou sinônimo de revista em quadrinhos de luxo,
estou falando das Graphic Novels da editora Abril.
sinônimo de quadrinhos de luxo
Hoje
em dia, existe um grande mercado de revistas em quadrinhos de luxo com capa dura, papel especial e até lombada personalizada, que se popularizaram
graças a editora Panini e principalmente as coleções da Salvat e da Eaglemos.
a banalização das graphic novels
Porém, na década de 1980 a situação era bem diferente,
revistas em quadrinhos no Brasil eram sinônimos de produtos voltados para crianças e com
baixa qualidade de papel e capa, até que a editora Abril decidiu lançar um novo
titulo inspirado no selo Marvel Graphic Novels, publicando inicialmente
histórias da Marvel e também da DC, porém posteriormente o selo trouxe outros personagens fora do filão dos super-heróis para a surpresa dos fãs.
O QUE É UMA GRAPHIC NOVEL?
Quando surgiu entre o final da década de 1970 e o começo de
1980, o termo Graphic Novel se referia a histórias em quadrinhos diferenciadas,
que possuíam as seguintes características: Uma história fechada com
mais páginas, formato diferente do tradicional e a qualidade do material que é superior as revistas de linha.
A PRIMEIRA GRAPHIC NOVEL:
Para alguns fãs, a primeira Graphic Novel saiu em 1978, foi: Um
contrato com Deus e outras histórias de cortiço do mestre Will Eisner.
a pioneira
A revista tinha uma
história mais madura que mostrava o cotidiano de pessoas simples. O termo Graphic
Novel foi concebido para diferenciar esse tipo de publicação das histórias em
quadrinhos tradicionais.
AS GRAPHIC NOVELS DA EDITORA ABRIL:
No ano de 1988, a
editora Abril vinha experimentando o sucesso de uma sequência de minisséries de
luxo com roteiros mais maduros como: Ronin e Batman: O cavaleiro das Trevas e
percebeu que o publico adulto também estava se interessando por histórias em
quadrinhos.
minisséries de luxo
Aproveitando-se
disso, a editora lançou nas bancas uma publicação completamente diferente
daquelas que o público das revistas de super-heróis estava acostumado: tamanho
tablóide, papel especial e roteiros adultos com o título: Graphic Novel, e a
primeira edição não poderia ser mais impactante: X-men- O Conflito de uma raça,
onde mostrava a equipe de pupilos do professor Xavier enfrentando o fanático
pastor William Stryker, um influente religioso que considera os mutantes uma
criação diabólica e uma afronta contra Deus.
uma edição diferenciada e impactante
A revista foi um sucesso e nas edições seguintes, os fãs foram
presenteados com verdadeiras obras primas como: O Demolidor de Bill Sienkiewicz,
A morte do Capitão Marvel de Jim Starlin, Batman a Piada Mortal de Alan Moore, Homem
de Ferro: Crash (a primeira revista feita totalmente por computador), O Homem-Aranha e Batman: O
Filho do Demônio de Mike W.Barr.
super-heróis maduros
A partir da edição número 8, a revista Graphic Novel passou a trazer
histórias que não eram estreladas por super-heróis como: O Edifício de Will
Eisner, Rocketeer de Dave Stevens, Blanche Epifany, BlueBerry de Moebius, Viet-Song:
Frank Cappa - Memórias de um correspondente e o clássico personagem o Sombra.
histórias fora do comum
Os Super-heróis tradicionais foram perdendo espaço em
Graphic Novel, mas mesmo assim estrelaram pequenas obras primas como: Surfista
Prateado: Parábola, Contos de Asgard: A bandeira do corvo, Dr. Estranho Shamballa
e Wolverine e Nick Fury: Conexão Scorpio.
as poucas histórias de super-heróis
Para resolver essa ausência dos super-heróis, a editora Abril
decidiu lançar dois novos títulos inspirados na Graphic Novel.
Foi a segunda publicação da editora Abril na linha de
quadrinhos de luxo, porém dessa vez a
publicação teve vida curta, talvez devido a falta de periodicidade e dos
pouquíssimos títulos lançados: Drácula: Uma sinfonia de horror ao luar, Batman
digital Justice, American Flagg, Somerset Holmes, Um sinal do Espaço e Elektra
vive.
poucas edições e histórias sem inspirações
Desse selo destacam-se apenas as edições número: 1, 5 e 6. A revista acabou sendo cancelada na sexta edição.
GRAPHIC MARVEL:
O terceiro título trouxe apenas publicações do selo Marvel
Graphic Novel e teve uma duração bem maior, apresentando boas histórias como: A
vingança do Monolito Vivo, Mulher-Hulk, X-men: O desenho animado, Dr.Estranho e
Dr. Destino: Triunfo e Tormento, Justiceiro: Retorno ao grande nada,Wolverine: escolhas malditas e Homem-Aranha: A Essência do Medo.
boas histórias da marvel
Porém, diversas boas histórias acabaram não sendo publicadas
como: Novos Mutantes, Imperador Destino, Manto e Adaga: predador e presa e Homem-Aranha:
Vidas Paralelas.
histórias que não saíram no Brasil
AS GRAPHIC NOVELS DAS OUTRAS EDITORAS:
Graças ao sucesso das Graphic Novels da editora Abril e de
olho no público adulto, outras editoras como a Globo e a Sampa se aventuraram em lançar álbuns de luxo com os selos: Graphic Globo e Graphic Sampa.
A editora de Roberto Marinho lançou alguns álbuns da própria
Marvel que não interessaram a Abril como: DreadStar, Marada a Mulher-Lobo, Elric
e Excalibur.
graphic novels da marvel que saíram pela globo
A editora Sampa por sua vez trouxe as excelentes Sabre de Paul Gulacy e as
Tartarugas Ninjas de Kevin Eastman e Peter Laird.
duas boas opções
Além disso, várias editoras acabaram lançando revistas com o subtítulo Graphic, tentando pegar carona na onda das revistas de luxo, porém a maiorias dessas revistas eram fracas pra dizer o mínimo.
A MUDANÇA NOS QUADRINHOS:
Graças a Graphic Novel, as histórias em quadrinhos passaram a
ser tratadas como leitura séria em nosso país e começaram a ser respeitadas. Outra mudança, porém mais lenta e gradual, foi a migração das bancas de jornais para as
livrarias,porém esse foi um movimento tímido que só se consolidou nos últimos 18 anos.
saindo das bancas e indo para as livrarias
Bem é isso ai pessoal, espero que tenha gostado de conhecer um pouco dessa revista que quebrou preconceitos e mudou o olhar sobre as revistas em quadrinhos, atualmente os fãs de HQs podem sentir orgulho de entrar
em uma livraria e desfrutar de uma bela revista de luxo, mas não devemos
esquecer que isso só é possível graças a um título que quebrou preconceitos e
mostrou que quadrinhos podia ser uma leitura séria e para todos os públicos.Vou ficando por aqui e mais uma vez gostaria de dizer que o blog não acabou, está apenas em um ritmo mais lento, mas vou sempre postando quando bater a inspiração,até a próxima
Olá, beagle... Foi bom ter achado teu blog, fui colecionador de graphics novels, aliás, tenho todas as citadas, compradas na época de lançamento...
ResponderExcluirÉpoca boa de colecionar e ler!! Tenho a maioria das Clássicas Grafic Novel!!
ResponderExcluirMuito Boa Analise sobre as Graphics novels!!! Hoje temos material a escolher, tanto em bancas especializadas como em Grandes Livrarias que destinam espaços para as HQS.
ResponderExcluirMAssa! EU tenho 20 numeors dessas! Voce tem a lista das Graphic Novels? foram 28?
ResponderExcluirWow, Exelente análise
ResponderExcluirExcelente materia! Estou disponibilizando todas as Graphic Novels para leitura: https://scans-quadrinhos.blogspot.com/2023/04/graphic-novels-abril-colecao-completa.html
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