Olá a todos que acompanham o blog, sejam bem vindos a postagem de Junho do Canil do Beagle. Mais uma vez eu peço desculpas aos meus leitores pela demora pra postar, estava em época de provas na escola em que leciono, por isso acabei não tendo tempo pra criar um novo texto, mas antes tarde do que nunca.
Essa deveria ter sido a postagem de número 300 em comemoração dos 7 anos do blog, porém devido a morte do mestre George Pérez decidi fazer uma homenagem a ele. Agora é a hora da comemoração em grande estilo e nada melhor que contar com a participação da maior equipe de super-heróis dos quadrinhos a Liga da Justiça e a sua fase mais querida pelos leitores: A Liga da Justiça Internacional ou como é carinhosamente chamada: Liguinha.
A CRISE NAS INFINITAS TERRAS, LENDAS E O FIM DA LIGA DETROIT:
No ano de 1985, a DC Comics publicou a saga Crise nas Infinitas Terras, onde o multiverso foi destruído pelo vilão Antimonitor e ao final da saga uma única Terra surgiu. Dessa maneira, a editora pode recontar as origens dos seus principais heróis.
O Superman ficou a cargo de John Byrne; Batman teve sua origem recontada por Frank Miller; Mulher Maravilha estava nas mão de George Pérez; Aquaman ficou com Keith Giffen; Lanterna Verde ficou com Christopher Priest e o Flash ficou com Mike Baron.
Mas e a maior equipe de super-heróis da editora? A Liga da Justiça passou por uma situação inusitada: assim como os Novos Titãs, a equipe não teve a sua história zerada, assim ela permanecia com a famigerada formação que ficou conhecida como Liga Detroit.
Após a Crise nas Infinitas Terras, Keith Giffen assumiu o título da Liga com o objetivo de encerrar a publicação que estava amargando baixas vendas, o autor aproveitou a nova saga da editora chamada Lendas para acabar com a equipe e dar origem a uma nova formação. Na trama ,Darkseid, o soberano de Apokolips, usa os poderes do Glorioso Godfrey para jogar a população contra os heróis, nesse meio tempo, o professor Ivo, um antigo inimigo da Liga, usou seus andróides para matar os membros da equipe, ele conseguiu matar dois membros: Gládio e Vibro, dessa maneira a equipe acabou desfeita.
Não houve nem tempo de Ajax, o Caçador de Marte, líder da equipe sofrer pelo luto, pois ele foi convocado pelo Senhor Destino para enfrentar Godfrey ao lado dos outros heróis.
Ao final da batalha contra as forças de Darkseid, os heróis decidem criar uma nova formação da equipe.
Na capa da última edição de Lendas era prometido o surgimento de uma nova Liga da Justiça e ela parecia bem poderosa: Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Ajax o Caçador de Marte, o Lanterna Verde Guy Gardner, Capitão Marvel, Canário Negro, Mutano e Senhor Destino.
Só que Keith Giffen e J.M DeMatteis encontraram um "pequeno grande" problema: não poderiam usar os "medalhões" da editora. Nada de Superman, Batman, Mulher Maravilha e Flash, todos os autores que estavam reformulando os heróis não permitiram a aparição deles na equipe. Os dois autores ficaram desesperados, afinal só tinham personagens de segundo e terceiro escalão e isso foi um dos motivos do cancelamento do título anterior.
Denny O’Neil, editor dos títulos do Batman, ficou com pena dos dois autores e liberou o uso moderado do Cavaleiro das Trevas no título da equipe. Com um grande herói e um monte de personagens desconhecidos pelo público, Giffen e DeMatteis tomaram uma decisão radical: resolveram transformar o título em uma comédia escrachada.
UMA SITICOM COM SUPER-HERÓIS:
Em março de 1987, chegava as comic shopps Justice League número:1, os leitores já foram pegos de surpresa com a formação da equipe: Batman, Ajax o Caçador de Marte, Canário Negro, Senhor Milagre, Oberon, Doutora Luz, Besouro Azul, Senhor Destino, Guy Gardner e o Capitão Marvel.
Dentro da revista a surpresa foi ainda maior, os heróis brigavam entre si e havia um tom de comédia, apenas o Batman era o mesmo carrancudo de sempre.
Em pouco tempo, a equipe descobriu a presença de Maxwell Lord, um empresário que conseguiu o patrocínio da ONU e colocou outros três membros na equipe: Gladiador Dourado, Capitão Átomo e Soviet Supremo, com isso a equipe ganhou status de força Internacional com embaixadas em vários países.
As situações engraçadas rolavam a cada edição, a mudança da equipe para um prédio em Nova York é uma das coisas mais hilárias, porém nada supera o Batman nocauteando Guy Gardner com um único soco.
Com o passar das edições, novos membros foram entrando na equipe como: Dama de Gelo, Fogo, Gavião Negro, Mulher Gavião, Poderosa, Homem Elástico, Flash, Metamorfo e outros.
A grande questão que pairava no ar entre leitores e equipe criativa era: Onde enfiar tantos heróis?
AS LIGAS DA JUSTIÇA EUROPA E ANTÁRTICA:
Após a saga Invasão, Maxwell Lord decidiu dividir a equipe em duas: uma ficaria nos Estados Unidos e a outra na Europa. Assim, em Abril de 1989 chegava as comic shopps: Justice League Europe número: 1.
A divisão européia era formada por: Capitão Átomo, Soviet Supremo, Homem Elástico, Flash, Poderosa, Metamorfo, Homem Animal e Mulher Maravilha (essa última apareceu apenas na primeira aventura da equipe).
O clima continuava o mesmo da divisão americana, com muita comédia e situações nonsense. Aliás, essa divisão mostrava o sucesso do título que apelava cada vez mais na comédia, sendo o auge a abertura do Cassino da Liga na ilha viva de Cuei Cuei Cuei (sim esse é o nome) por parte do Besouro Azul e do Gladiador Dourado.
Outro momento hilário foi quando um grupo de vilões fracassados chamados de Liga da Injustiça se regeneraram e entraram pra equipe, sem saber o que fazer com aquele bando de perdedores, até para os padrões da Liga, Maxwell Lord cria a Liga da Justiça da Antártica (é isso mesmo que você leu).
Certo de que não causariam problemas no continente gelado, Max os enviou para lá ao lado do Lanterna Verde G'nort e do Esquiador Escarlate. Mas como desgraça pouco é bobagem, os atrapalhados acabam sendo atacados por um bando de pinguins canibais modificados geneticamente (é isso mesmo que você leu).
Felizmente ou infelizmente, as ligas América e Europa salvaram os incompetentes e Max Lord acabou com a equipe da Antártica.
OS SUPERVILÕES:
Mesmo com o clima de comédia, essa fase contou com muita ação, os heróis enfrentaram vários antigos vilões peso pesados da velha Liga: Darkseid, Starro o conquistador, Amazo, Lobo, Doutor Luz, Homem Cinza, Despero, a Gangue Royal Flush, mas com muita piada entre as lutas.
Mas quem deu mesmo trabalho para equipe foram os Extremistas, um grupo de vilões de outra dimensão, que destruiram seu mundo em um holocausto nuclear e assassinaram os heróis daquela dimensão: Os Avanteadores ( uma versão dos Vingadores).
O FIM DA ERA COMÉDIA:
Depois de cinco anos, as piadas começaram a perder a graça, então Giffen e DeMatteis criaram uma mega história em 16 partes chamada Crise na Liga, onde a equipe era debandada por ordem da ONU, despejada das suas embaixadas e precisava enfrentar o vilão Pesadelo, o líder dos Extremistas.
Ao fim da saga, a Feiticeira de Prata se sacrifica pra matar Pesadelo e a Liga é temporariamente dissolvida.
O QUE ACONTECEU AO FIM DA ERA COMÉDIA?
Keith Giffen e J.M DeMatteis saíram do título na edição número: 60, na edição seguinte Dan Jurgens assumiu o título dando um novo rumo a equipe.
Após a saga Pânico nos Céus, o escritor/desenhista Dan Jurgens reformulou a equipe, ele mesclou o Besouro Azul, o Gladiador Dourado,Guy Gardner ,Fogo e Gelo com a vilã Máxima e o misterioso Bloodwynd além da chegada do Superman como novo líder da equipe.
Essa é uma fase muito bacana, pois mesclava um pouco de piada com um clima mais sério e aventuresco, foi essa formação da equipe que enfrentou o monstro Apocalypse durante a saga A Morte do Superman.
Após a Morte do Superman, Dan Jurgens reformulou completamente a equipe: Mulher Maravilha assume a liderança e passa a contar com: Guy Gardner, Máxima, Bloodwynd, Ray, Condro Negro e Agente Liberdade.
Essa nova formação da equipe acaba indo para uma dimensão paralela e enfrenta uma versão fascista da antiga Liga da Justiça do Satélite que dominou o mundo. Tudo isso era obra do vilão Doutor Destino ( o da DC não o da Marvel).
Depois dessa excelente saga, Dan Jurgens saiu do título após 17 edições e quem assumiu foi o péssimo Dan Vado e foi tudo ladeira abaixo.
A LIGA COMÉDIA MAIS DE 10 ANOS DEPOIS:
Nos anos de 2003 e 2004 Keith Giffen, J.M DeMatteis e Kevin Maguire lançaram duas minisséries chamadas: Já fomos a Liga da Justiça e Não acredito que não é a Liga da Justiça. Onde Maxwell Lord decide reunir os antigos membros da Liga comédia, agora rebatizados de Superamiguinhos, como heróis de aluguel.
Nem preciso dizer que as histórias foram um sucesso e fecharam com chave de outro essa era, pois no ano seguinte o editor da DC Dan Didio lançou a saga Contagem Regressiva para Crise Infinita, numa das decisões mais imbecis das histórias em quadrinhos, ele transforma Max Lord em um vilão e ele mata o Besouro Azul com um tiro na cabeça como se dissesse que acabou a era das piadas.
Esse foi um triste fim para uma era maravilhosa feito por pura pirraça de um editor chefe.
O SUCESSO DA LIGA COMÉDIA NO BRASIL:
Assim como aconteceu nos Estados Unidos, a Liguinha também foi um sucesso no Brasil, em Janeiro de 1989 a revista Liga da Justiça chegou as bancas substituindo a antiga Superamigos.
A revista era um dos campeões de vendas da editora abril e estrelaram também edições do almanaque trimestral Superpowers.
A revista durou 67 edições e foi cancelada com o fim da fase Keith Giffen, J.M DeMatteis, no mês seguinte era lançada a revista Liga da Justiça & Batman contando com a nova fase de Dan Jurgens e com a saga Batman: A Queda do Morcego.
A editora Panini republicou recentemente toda a fase comédia no título Lendas do Universo DC: Liga da Justiça por Keith Giffen, J.M DeMatteis.
Foram 21 edições republicando toda a fase, incluindo os revivals dos anos 2000, nem preciso dizer que foi um sucesso de vendas novamente.
Bem é isso ai pessoal, espero que tenham gostado de relembrar essa fase deliciosa da equipe que é considerada por muitos fãs como a melhor. Quando tiver um tempinho trarei uma nova postagem. Até a próxima.